sábado, 18 de fevereiro de 2012

DE BORRASCA EM BORRASCA ATÉ À BORRASCA FINAL



Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

«A “borrasca no horizonte” prenunciada por Manuel Pinto neste blogue, há apenas dois dias, parece ter infelizmente confirmação: a administração do Grupo Controlinveste (proprietário, entre outros meios, do Jornal de Notícias (JN), do Diário de Notícias (DN) de O Jogo, do 24 Horas, do Global Notícias, da TSF…) anunciou esta tarde, em comunicado, a sua intenção de proceder ao despedimento colectivo de 122 trabalhadores, entre jornalistas e outros funcionários.

A justificação baseia-se na “evolução acentuadamente negativa do mercado dos media” (particularmente “na área da imprensa“) e na “profunda quebra de receitas do sector“. O documento acrescenta ainda que “além desta medida, tão difícil, outras foram e serão tomadas“, tendo como objectivo “garantir a sustentabilidade” das empresas do grupo “e a perenidade dos seus principais títulos“.

O Sindicato dos Jornalistas manifestou já a sua preocupação pela situação, tendo estado reunido esta manhã com a administração do grupo e prometendo um comunicado para a tarde de hoje.

De acordo com uma notícia na secção de Última Hora do Público, que cita a Agência Lusa, “cerca de metade” dos 122 funcionários a despedir serão jornalistas, afectando em especial o JN e o DN (com cerca de 25 ‘dispensas’ cada um). Ainda segundo o Público , no desportivo O Jogo deverá haver 15 despedimentos, enquanto o 24 Horas deverá encerrar a sua delegação no Porto, onde presentemente trabalham 10 pessoas.

Há, de facto, muita “borrasca” no sector dos media. E já não é apenas no horizonte previsível: ela aí está, muito concreta, a precipitar-se dramaticamente em cima das nossas cabeças…»


* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: FOI HÁ TRÊS ANOS QUE TUDO (APENAS) COMEÇOU

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