segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Pedro Rios é abordado pela Guarda Municipal frente à Globo - greve de fome continua




Correio do Brasil, com foto - do Rio de Janeiro, Paris e Berlim

Em seu nono dia na greve de fome que realiza em protesto contra a violência no Pinheirinho, assentamento invadido violentamente pela Polícia Militar paulista em São José dos Campos, Pedro Rios Leão acordou nesta segunda-feira sob o sol escaldante da Rua Von Martius, em frente à sede da TV Globo, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. Na noite anterior, agentes da Guarda Municipal do Rio de Janeiro retiraram o toldo que amigos haviam levado para protegê-lo do tempo, ainda que precariamente. Desmobilizaram o grupo de apoio que o acompanhava na vigília por um país mais justo. Deixaram-no algemado à realidade do verão implacável, após mais uma noite insone, debilitado pela absoluta falta de alimento, cansado de enfrentar sozinho o silêncio da mídia conservadora. Engana-se, porém, a autoridade que deu o caso por encerrado. Pedro Rios seguirá em seu protesto até a manifestação dos Policiais Militares e do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio, nesta quinta-feira, na Cinelândia.

“Pessoal, ontem a guarda municipal gentilmente atendeu a pedidos e chegou para nos remover. Depois de puxar cacetete, ameaçar muito nos agredir, resolveram só nos deixar ao relento. Se eu fosse preto e da Zona Norte (do Rio), eles não teriam sequer dado um ‘oi’. Na confusão perdi meu celular e algumas outras coisas. O acampamento ficou desbaratado e os ânimos devastados. No sol, e no pior ponto da greve, eu comecei a passar muito mal”, relatou, em sua página no Facebook.

Pedro está agora abrigado em seu apartamento, em Botafogo, distante poucos quilômetros da sede do poder midiático ainda em vigor no país, contra o qual ele iniciou a sua cruzada. Simpatizantes chegam à toda hora para prestar a solidariedade devida a quem, em nome das 1,6 mil famílias injustiçadas por uma ação policial no Estado vizinho, segue em frente no sacrifício voluntário da fome. Em Paris, na tarde deste domingo, um grupo de brasileiros também rendeu homenagens aos moradores do Pinheirinho e a Pedro Rios.

Ainda no fim de semana, as embaixadas brasileiras na Argentina, França e Chile converteram-se em palco de manifestações contra os atos promovidos por governos do PSDB tanto na prefeitura de São José dos Campos quanto no governo do Estado de São Paulo. Por ordem dos políticos tucanos, ocorreu o despejo mais violento de que o país tem notícia nas últimas décadas, com mais de 6 mil pessoas sem ter para onde ir, abrigados em escola, igreja e ginásio de esportes.

Em frente à representação diplomática do Brasil na Alemanha, Argentina e França, estrangeiros e imigrantes brasileiros pediram justiça e manifestaram solidariedade aos desalojados sob cassetetes e tiros em Pinheirinho, no 22 de janeiro. No último sábado, apesar do frio polar, 50 manifestantes chamaram a atenção dos que passavam pela embaixada brasileira em Paris. Número equivalente de brasileiros residentes em Berlim também se manifestou em apoio aos moradores da comunidade sob o lema: Todos somos Pinheirinho, com faixas de apoio também à greve de fome de Pedro Rios.

Sob o mesmo lema, na Argentina, 30 pessoas pediram justiça para o caso enquanto caminhavam do Obelisco até a embaixada do Brasil na capital portenha. Trinta pessoas, também, com o mesmo objetivo se reuniram na Praça Los Heroes, sede da nossa representação diplomática no Chile. O registro de violência e autoritarismo do poder público, perpetrados em Pinheirinho no fim de janeiro, atravessou fronteiras. As imagens foram gravadas no calor da hora pelos próprios moradores e por líderes de movimentos sociais Ganharam mais visibilidade, ainda, quando a urbanista Raquel Rolnik, relatora das Nações Unidas para o direito à Habitação, denunciou a violação aos direitos humanos para o mundo.

“Quanto mais me batem, e quanto mais silêncio oficial, mais p. eu fico. Greve de fome: Dia 9 – 58 kgs”, conclui Pedro Rios, em sua mensagem aos brasileiros.

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6 comentários:

Anónimo disse...

Está na hora de acabar com esta PALHAÇADA !!!

Agência Brasil reconhece erro em notícia sobre mortes no Pinheirinho


A Agência Brasil errou no processo de apuração, edição e publicação da notícia OAB de São José dos Campos diz que houve mortos em operação no Pinheirinho, no dia 23 de janeiro. A notícia foi publicada com base em entrevista concedida à TV Brasil pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto. No entanto, não houve a devida checagem da veracidade da informação sobre supostos mortos na operação de reintegração de posse da área conhecida como Pinheirinho.

Anónimo disse...

A entrevista foi gravada por uma equipe da TV Brasil que se deslocou para São José dos Campos, mas a parte que denunciava a morte não foi utilizada no noticiário televisivo por falta de confirmação ou comprovação. No entanto, a reportagem da Agência Brasil em São Paulo teve acesso à íntegra da gravação e considerou a informação relevante e suficiente para ser publicada, tendo em vista o advogado ter se apresentado como representante de uma instituição respeitável.


A Agência Brasil, embora tenha atendido a exigência de identificação da fonte da informação, não seguiu os demais procedimentos da boa prática de apuração, como recomenda o Manual de Jornalismo da Radiobrás, que ainda está em vigência.


“O jornalismo deve procurar o equilíbrio. O equilíbrio é o cuidado de ouvir os principais envolvidos e de apurar os aspectos mais importantes da notícia, para reportar os acontecimentos com objetividade. Ao apurar um fato, o jornalista deve analisar o interesse de cada pessoa ou grupo a ele relacionado. Tem que se perguntar quem é o afetado pela notícia e ir além da velha agenda de fontes, trazendo novos interlocutores para comentar o tema.

Anónimo disse...

Ouvir sempre dois ou mais lados distintos de uma questão é fundamental para a equidade e para o desenvolvimento do trabalho de qualidade que a Radiobrás se propõe a fazer. Fontes da sociedade civil organizada devem ser consultadas e cidadãos não organizados devem ser considerados. A edição tem que se estruturar de maneira igualitária e seguir o bom senso. Cada personagem deve ocupar um tempo proporcional a sua importância relativa dentro da notícia. Quem foi criticado deve ter chance de responder”, diz o texto.



O Manual de Jornalismo da EBC, que está em fase de revisão, é claro ao exigir rigor nesse tipo de apuração. “Toda denúncia deve ser confirmada antes de ser publicada. A apuração de uma denúncia deve manter o seu caráter jornalístico, ou seja, a intenção de buscar informação para o cidadão não se confundir com a atuação da polícia, do Ministério Público ou de qualquer outro ente oficial de investigação. Se a denúncia tiver origem no trabalho do Jornalismo da EBC e não estiver publicizada por qualquer outro meio, deve-se conceder ao denunciado um prazo até 24 horas para sua manifestação”, diz o texto.

Neste caso, a denúncia estava publicizada, não apenas em redes sociais, mas até na imprensa internacional, que, antes mesmo da Agência Brasil, já mencionava a suposição de mortes. No entanto, a gravidade da denúncia requeria ao menos outra fonte fidedigna que a corroborasse.

Anónimo disse...

Faz-se necessário assegurar aos nossos leitores que não houve má-fé da Agência Brasil ao publicar a matéria. Tampouco houve submissão desta agência a qualquer interesse de natureza política. O que ocorreu foi um erro jornalístico diante de uma situação de poucas e controversas informações em uma situação tumultuada.

A gravidade dos fatos e a urgência em noticiar informações sobre o assunto também levaram outros veículos a noticiar a possível ocorrência de mortes no conflito de Pinheirinho. É o caso do jornal britânico The Guardian, que informou ter recebido informações da mídia social que tratavam o despejo como um “massacre” e sobre a ocorrência de mortes não confirmadas.

“Ao longo do domingo [22], sites de mídia social estavam cheios de relatórios apocalípticos de um suposto “massacre” na comunidade. Um e-mail, enviado aos meios de comunicação internacionais, afirmou que havia relatos de que pessoas haviam sido mortas. A maior rede de TV do Brasil, a TV Globo, descreveu o despejo como “uma operação de guerra”, publicou o jornal britânico, na segunda-feira (23), às 15h27.

Anónimo disse...

A matéria da Agência Brasil foi publicada às 17h30.

As informações controversas, no entanto, não justificam a falta de rigor nos procedimentos de apuração da notícia. No mesmo dia, às 22h15, a Agência Brasil publicou a matéria Terreno do Pinheirinho deve R$ 16 milhões em impostos, diz prefeitura de São José dos Campos, na qual o prefeito do município, Eduardo Cury, negava a ocorrência de mortes.

No dia seguinte, a Agência Brasil publicou uma reportagem com a negação da existência de mortes. A matéria Autoridades negam que tenha havido morte durante desocupação em São José dos Campos foi publicada às 14h01 de terça-feira, dia 24.

Para evitar o mau entendimento do leitor, a Agência Brasil ainda anexou à primeira matéria, que tratava da possibilidade de mortes, o link da segunda, que desmentia a informação. Além disso, cuidou de acrescer à primeira matéria uma explicação sobre o ocorrido.

A Agência Brasil reconhece, no entanto, que uma vez publicada uma informação, mesmo de uma fonte supostamente crível, sem a devida checagem, foi cometido um erro de difícil reparação. Ampliado pelo fato de o título da notícia não ter deixado claro que a informação era do presidente da Comissão de Direitos Humanos, e não da OAB.

Reconhece também que a tentativa de correção do erro no noticiário seguinte foi insuficiente. Deveria ter sido enfatizada para alcançar a mesma amplitude da denúncia incomprovada.

Por isso, a Agência Brasil está reorientando seus profissionais e revendo seus procedimentos internos para evitar que erros como esse ocorram novamente em seu noticiário.

Anónimo disse...

Como o Paulista que aqui escreve não tem o menor interesse de ir até o Rio de Janeiro conversar com esse cidadão que está achando que vai virar mártir, peço que alguém que esteja por lá, que avise ao Pedro Rios QUE NINGUÉM MORREU NO PINHEIRINHO !!!

Quem está afirmando isso é a AGÊNCIA BRASIL. Eu acho que nela - A VOZ DO PT - o senhor acredita, Pedro Rios. Disso eu tenho certeza.

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