quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Portugal: BE e PCP acusam PSD e CDS de enganar portugueses "todos os dias"



Jornal de Notícias

O BE e PCP acusaram PSD e CDS-PP de "enganarem todos os dias os portugueses" com medidas de austeridade que "afundam" o país, afirmando os comunistas que o rumo do Governo levará a uma "inevitável bancarrota".

Numa declaração política na Assembleia da República, o deputado bloquista João Semedo traçou um cenário negro da União Europeia atualmente, afirmando que o último acordo assinado com a Grécia é "uma imposição brutal" que "mata a ideia de solidariedade entre os países europeus".

Para o deputado do BE, a organização europeia "deixou de ser uma união entre Estados soberanos e iguais nos seus direitos e deveres".

"Quando o ministro das finanças alemão se permite à afronta de perorar sobre qual será a melhor data para as eleições gregas, percebemos que a obsessão com a austeridade não representa apenas o suicídio económico e a aniquilação do emprego da Europa, mas o caldo político onde grassa o autoritarismo mais gratuito que se arrisca a soltar fantasmas de péssima memória no continente", criticou João Semedo.

Sobre Portugal, e numa intervenção em que apenas houve um pedido de esclarecimento, o bloquista afirmou que o cumprimento do acordo assinado com a "troika' conduzirá o país a ficar "mais pobre, sem emprego e muito mais endividado".

"Basta ver os números. Em 2011 fomos o país cuja dívida mais aumentou, 18 pontos percentuais", assinalou, referindo ainda que "no fim do plano" Portugal deverá "mais 40 mil milhões de euros".

No final, o deputado do BE João Semedo condenou o silêncio das bancadas do PS, PSD e CDS-PP face à sua intervenção.

Dirigindo-se às bancadas da maioria, questionou se a ausência de comentários se deveu a "alguma irreverência e pouca boa educação" ou ao "silêncio envergonhado de quem para aplaudir a "troika' engana todos os dias os portugueses".

Semedo reiterou que em Portugal "não há alternativa que não seja recusar a política da "troika', renegociando a dívida, os seus montantes e prazos".

"O Governo reage como aquela pessoa que vê um clarão e, julgando ter encontrado finalmente a luz ao fundo do túnel, desata a correr sem se aperceber que está a caminhar em direção ao comboio", disse.

O deputado do PCP João Oliveira também considerou que o que existe atualmente na Europa "são pactos de salvação do capital à custa dos Estados", afirmando que Portugal segue "um rumo de afundamento" que levará a uma "inevitável bancarrota".

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