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Nova Iorque, 23 fev (Lusa) - O presidente e o governo de Timor-Leste apresentaram na quarta-feira aos principais doadores timorenses um conjunto de projetos humanitários avaliado em 75 milhões de dólares, com acolhimento positivo, segundo a representante especial da ONU.
Ameerah Haq, que falou à Lusa após uma reunião no Conselho de Segurança dedicada a Timor-Leste, adiantou que os projetos, para os próximos três anos, se enquadram nas áreas de Governação, Justiça, Direitos Humanos e Estado de direito, incluindo o fortalecimento da "Polícia Nacional timorense e o desenvolvimento socioeconómico".
"Quisemos ter a certeza de que, quando a missão [da ONU, UNMIT] se retirar [no final de 2012] os ganhos que fizemos nestas áreas são sustentados", adiantou a representante especial do secretário-geral.
"Quando a missão maior da ONU se retirar, os projetos devem ser tomados por parceiros bilaterais ou por programas, fundos e agências da ONU, para que possa continuar o trabalho no treino de pessoal de Justiça, por exemplo", disse Haq.
A reunião, na manhã de quarta-feira, decorreu sob os auspícios do Plano da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) e, segundo Haq, houve um consenso entre os países doadores de que "não podem haver falhas na continuação do apoio" a Timor-Leste.
"Tivemos garantias de muitos doadores. [Ficaram] Muito agradados que estamos a fazer isto tão sistematicamente", adiantou à Lusa.
Espera-se agora que os doadores avancem e incluam estes projetos nos seus orçamentos para a cooperação.
O secretário-geral irá submeter ao Conselho um relatório 60 dias depois da formação do novo governo, com indicações sobre os preparativos finais para a saída da UNMIT e presença da ONU no país para além de 2012.
No seu relatório de janeiro sobre Timor-Leste, Ban Ki-moon afirma que têm sido feitos "progressos contínuos" na preparação de eleições, nomeadamente a aprovação de legislação pela Comissão Nacional de Eleições sobre campanhas eleitorais, votação e contagem de votos.
Nas Nações Unidas reuniram-se também os países contribuidores de topas para a UNMIT, com participação de Haq.
O principal objetivo foi assegurar que não serão feitas rotações de alguns oficiais militares ou da polícia, considerados "chave", durante o crítico período das eleições, mesmo que estas movimentações estivessem previstas.
No final da reunião no Conselho de Segurança, Haq mostrava-se satisfeita por as intervenções do presidente e dos países-membros coincidirem no ponto de que "há paz, estabilidade e calma e que as eleições vão ser conduzidas nesse espírito".
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