EL - Lusa
Luanda, 14 mar (Lusa) - O antigo dirigente da UNITA Abel Chivukuvuku declarou-se hoje em Luanda "pronto para protagonizar a mudança" que considera necessária em Angola, ao lançar a Convergência Ampla de Salvação Nacional (CASA), plataforma com que pretende apresentar-se às eleições gerais de setembro.
"Eu, Abel Chivukuvuku, estou disponível. Estou pronto!", proclamou perante dezenas de pessoas que lotaram uma sala de uma unidade hoteleira na capital angolana, sublinhando a necessidade de os eleitores "abrirem em 2012 uma nova página" da história de Angola.
Sozinho, à frente de um cartaz em que se lia "Servir Angola, Servir os Angolanos", Abel Chivukuvuku leu uma declaração política, sem direito a perguntas, em que explicou por que razão abandona a UNITA, onde militou ao longo de 38 anos e propõe a CASA, que denominou como "casa comum para todos os angolanos".
Ao longo de cerca de 30 minutos, com citações de Mahatma Gandhi, Martin Luther King e Abraham Lincoln, Abel Chivukuvuku declarou sair da UNITA porque não pode "negar à pátria e ao povo angolano" a sua prestação "para o potenciamento de uma oportunidade, a criação de uma vida melhor, uma nova esperança, uma nova luz, para a realização do nosso sonho angolano".
"Significa o surgimento da terceira via", acentuou, reclamando a necessidade de mudança a todos os níveis.
Numa referência ao Presidente José Eduardo dos Santos, considerou que "não haverá uma vida melhor com a Presidência que temos", salientando que, "depois de 32 anos de exercício do poder presidencial nunca eleito, chegou a hora de demonstrar nas próximas eleições que chega".
"Trinta e dois é muito, então mais cinco (duração dos mandatos presidenciais), o que daria 37 anos seria demais para não dizer insuportável", vincou.
Partidário da necessidade de uma mudança pacífica, Abel Chivukuvuku disse não prescindir, contudo, "dos direitos fundamentais e constitucionais que consagram as liberdades democráticas".
"Os cidadãos têm o direito de exprimir a sua indignação perante o roubo desenfreado e imparável e os abusos do poder. A democracia tem de ser defendida", vincou.
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