EL - Lusa
Benguela, Angola, 14 mar (Lusa) - O julgamento dos três jovens detidos sábado passado em Benguela, centro litoral de Angola, à margem de uma frustrada manifestação antigovernamental, deverá terminar hoje, anunciou o coordenador da organização não-governamental OMUNGA.
Em comunicado divulgado na página da OMUNGA na Internet, José Patrocínio anunciou que na sessão de julgamento na terça-feira, realizada na lotada sala do tribunal de Benguela, foram ouvidos os três detidos, Hugo Kalumbo, Jesse Lufendo e David, bem como as testemunhas da acusação e de defesa.
Segundo José Patrocínio, fora do tribunal concentraram-se dezenas de pessoas.
A OMUNGA convocou para o próximo sábado, também em Benguela, uma nova manifestação antigovernamental para exigir a substituição de Suzana Inglês no cargo de presidente da Comissão Nacional de Eleições(CNE) e também em solidariedade com o que denominam como "compatriotas reprimidos, humilhados, torturados, raptados, desacreditados e insultados pelo facto de quererem construir um País Democrático", bem como para exigir "o fim da repressão, proibição e restrição do exercício da liberdade de manifestação".
A OMUNGA anunciou ainda que vai levar à Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos as violações perpetradas pelas autoridades angolanas, por não permitirem o exercício constitucional do direito de reunião e de manifestação.
No sábado passado, além de Benguela, a capital angolana foi também palco de uma tentativa de manifestação antigovernamental, frustrada neste caso pela atuação de civis armados com armas brancas, barras de ferro e cabos de eletricidade, que provocaram vários feridos, entre os quais o conhecido "rapper" iconoclasta Luaty Beirão.
À margem da frustrada manifestação em Luanda, o economista Filomeno Vieira Lopes, secretário-geral do Bloco Democrático, da oposição, foi espancado, tendo sofrido três fraturas no braço esquerdo, um golpe profundo na cabeça e equimoses em todo o corpo.
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