... no batismo do aeroporto de São Pedro
JSD – Lusa, com foto
Mindelo, Cabo Verde 09 mar (Lusa) - O primeiro-ministro cabo-verdiano afirmou, durante o batismo do Aeroporto Internacional de São Pedro com o nome de Cesária Évora, que "se houvesse um Panteão para os grandes de Cabo Verde" a falecida cantora "teria lugar cativo".
Num discurso várias vezes ovacionado pelos milhares de pessoas que se deslocaram quinta-feira à noite ao Aeroporto de São Vicente. No Mindelo, para presenciar a homenagem à "diva maior", que "levou aos mundos o mundo cultural cabo-verdiano", José Maria Neves disse tratar-se de um "gesto nacional de tributo", a materializar-se na atribuição do nome da cantora à "porta de entrada da ilha" e à inauguração da estátua de Cesária Évora.
Citado hoje pela agência Inforpress, José Maria Neves estendeu a homenagem aos criadores, intérpretes e artistas cabo-verdianos e, lembrando o Dia Internacional da Mulher, às mulheres de Cabo Verde, da África e do Mundo.
O primeiro-ministro considerou que Cesária Évora, falecida a 17 de dezembro de 2011, com 70 anos, "tornou mais plana, mais plena e mais melodiosa" a cultura cabo-verdiana, ao levá-la aos quatro cantos do Mundo, enquanto "estrela mais brilhante da constelação da cultura" de Cabo Verde.
Tanto José Maria Neves como Mário Paixão, presidente da empresa Aeroportos e Segurança Aérea (ASA), acreditam que a atribuição do nome da "Diva dos Pés Descalços" ao aeroporto de São Vicente poderá traduzir-se em mais atração de visitantes à ilha, movidos pela "curiosidade de conhecer a terra onde a cantora nasceu, viveu, cantou e encantou".
Para o futuro, disse Mário Paixão, "muitos serão atraídos pela imagem" de Cesária, cuja estátua de três metros de altura, da autoria de Domingos Luísa, passou hoje a dominar a entrada principal do aeroporto.
A partir do palco montado no parque de estacionamento do aeroporto, diante de milhares de pessoas, o antigo empresário da artista, José ("Djô") da Silva, louvou a iniciativa popular e do Governo de atribuir à infraestrutura aeroportuária o nome de Cesária, elogiando ainda Domingos Luísa e todos quantos trabalharam com a cantora.
"Cesária atravessou vários aeroportos do Mundo, mas creio que nunca pensou que, um dia, um deles teria o nome dela", sublinhou "Djô" da Silva.
"Assim como ela (a avó), elevemos o nome de Cabo Verde", pediu a neta de Cesária Évora, agradecendo o gesto da população e do Governo.
Já o presidente substituto da Câmara Municipal de São Vicente, Humberto Lélis, considerou "pequeno o reconhecimento diante do incalculável contributo" que a artista deu a Cabo Verde, reivindicando, mesmo assim, para a autarquia, a iniciativa em "primeira mão".
À cerimónia assistiram vários ministros, deputados de todos os partidos com assente parlamentar, o antigo presidente António Mascarenhas Monteiro, a primeira-dama, Lígia Fonseca, e muitos artistas que privaram com a cantora.
Um espetáculo musical, oferta da ASA, fechou o evento, aberto por Totinho, o saxofonista que acompanhou Cesária Évora nos últimos anos da sua brilhante carreira mundial.
Tito Paris, Constantino, Albertino Évora, Nilza e Naná foram outros artistas que interpretaram 15 músicas prediletas da falecida estrela da música de Cabo Verde.
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