sexta-feira, 9 de março de 2012

Fundadora da Aid Timor é candidata para acabar com leis "que só beneficiam minorias"



MSE - Lusa

Díli, 09 mar (Lusa) -- A cofundadora da ONG Aid Timor, Maria do Céu Lopes da Silva, candidata às presidenciais de dia 17 em Timor-Leste, decidiu participar nas eleições para alertar o público para a legislação que só beneficia minorias.

"Quero levantar a consciência pública para alguma legislação, a língua e o futuro deste país para a juventude", disse a candidata em entrevista à agência Lusa.

Um dos assuntos que preocupa Maria do Céu Lopes da Silva, uma das fundadoras da organização não-governamental Aid Timor, é a falta de reparação às vítimas da ocupação indonésia.

Segundo a candidata, o relatório da Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação está no parlamento, mas, disse, vários problemas foram levantados, um dos quais pelos veteranos que afirmaram ter mais direitos do que as vítimas.

"Esqueceram-se que eles vieram do povo, o povo é que os alimentou e o povo sofreu também por os ter apoiado. Portanto, é uma luta de todos, não é de um grupo específico", afirmou.

Outra preocupação da candidata são as decisões tomadas pelo parlamento que prejudicam os cidadãos e criam desigualdades sociais, referindo-se nomeadamente à aprovação da pensão vitalícia para membros do governo e deputados.

"Quem lhes deu esses privilégios?", questionou a candidata, sublinhando ser injusto uns apenas trabalharem por cinco ou 10 anos e outras pessoas terem de trabalhar o resto da vida.

Preocupada com o setor da educação, a candidata salientou que um dos problemas do setor é o facto de os professores serem mal pagos.

No que respeita às línguas, Maria do Céu da Silva Lopes defendeu a continuação do desenvolvimento do tétum e que o português seja melhor aplicado.

Num balanço sobre os últimos 10 anos da independência, a candidata foi curta: "Um passo para a frente dois passos para trás."

Maria do Céu Lopes da Silva alertou que os "timorenses não estão preparados para a avalanche económica e de desenvolvimento", porque não participam nela e insistiu na injustiça.

"Injustiça, no sentido de o próprio Governo oprimir o povo com legislações que favorecem minorias", salientou.

A candidata nasceu na ilha de Ataúro em 1957 e sempre esteve ligada ao trabalho humanitário. Fundou a Aid Timor na Austrália, onde viveu, e em 1999 regressou a Timor-Leste, onde continuou a liderar aquela organização não-governamental. Atualmente trabalha na embaixada da Austrália.

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta senhora devia juntar-se com a Emília, o Xanana e a Kirsty, pegarem nas vassouras e voarem para a terra dos cangurus (coitados, engaram-se na pátria, alguém que seja caridoso e lhes pague um bilhete, só de ida; casa já têm; o palácio de Melbourne da mana Kirsty)

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