MB - Lusa
Bissau, 16 mar (Lusa) - Baciro Djá, o mais novo candidato às eleições presidenciais antecipadas de domingo na Guiné-Bissau afirmou hoje ser um candidato forjado pela ciência e que sempre conviveu com a democracia na Europa, onde estudou.
"Eu sou da nova geração. Sou um político forjado e que se orienta pela ciência. Um político portador da nova mensagem e que viveu na democracia que apreendi na Europa, onde vivi durante vários anos da minha vida", disse Baciro Djá, de 39 anos e mestre em Psicologia.
"A democracia não se decreta, sai das profundezas do nosso ser. Vivi sempre em democracia na Europa esta é a minha diferença com os outros candidatos e também sou universitário, um académico", acrescentou Baciro Dja, atual ministro da Defesa guineense.
"Sou um homem da ciência e a política bem como a própria Guiné-Bissau necessitam da ciência. O futuro do país passa necessariamente pela ciência, pelo conhecimento e pelo saber", disse ainda para justificar a diferença da sua candidatura com os restantes oito candidatos.
Baciro Djá diz que vai disputar a segunda volta só não sabe com quem. E se for eleito, como diz esperar que vá acontecer, vai mudar a Guiné-Bissau.
"A minha mensagem é de esperança e de mudança. A Guiné-Bissau vai mudar no domingo porque quer uma nova cultura de dirigismo. A nova geração, que eu represento, está esperançada de que vai haver uma nova Guiné-Bissau", adianta Baciro Djá, que até já tem os tópicos para a sua presidência.
"A minha governação terá como tónica a criação de um espaço de concertação entre os partidos políticos, para, desta forma, criarmos um entendimento entre a classe política e o povo em geral. Eu sou o garante da paz e da estabilidade", frisa.
"É preciso que haja uma profunda reforma do Estado da Guiné-Bissau sobretudo a nível da defesa e segurança. Pugnarei para que haja justiça para que não haja a impunidade na Guiné-Bissau, para que não haja tráfico de droga", diz.
Baciro Djá diz ainda que a sua presidência dedicará atenção particular aos "65 por cento de guineenses que vivem na extrema pobreza" e ainda ao processo da reforma do setor militar que afirma ser "um calcanhar de Aquiles do país".
"Os guineenses sabem que Baciro Dja é um profundo reformista, aliás fui eu que iniciei o processo da reforma do setor de Defesa e Segurança. A reforma já começou. Hoje há uma força da GNR da Guiné-Bissau um produto da reforma da qual fui coordenador durante vários anos", sublinha, referindo-se ao facto de ter sido presidente do Instituto da Defesa Nacional.
"É verdade que a reforma é um calcanhar de Aquiles da Guiné-Bissau. É preciso que os militares se subordinem ao poder civil, mas também é preciso que alguns políticos deixem de instrumentalizar as Forças Armadas", destaca.
Sobre o escrutino de domingo, Baciro Djá diz que tudo irá correr na tranquilidade. Diz que os militares não se vão imiscuir, mas avisa que não pode haver fraude.
"Lanço daqui um vibrante apelo enquanto ministro da Defesa da Guiné-Bissau e ao mesmo tempo candidato, garanto-vos que os soldados vão estar tranquilos nos quartéis pelo respeito à democracia, mas também qualquer candidato que quiser instrumentalizar os militares ou tratar de fazer fraude vai pagar muito caro", avisa Baciro Djá.
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