Mussá Baldé, da Agência Lusa
Bissau, 16 mar (Lusa) - O líder do maior partido da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, afirmou que não precisa de meios do Estado para fazer campanha eleitoral para as presidenciais de domingo próximo.
Em entrevista à Agência Lusa, Gomes Júnior, a preparar-se para mais uma ação de campanha, respondeu às críticas de dirigentes da oposição que na semana passada viram o tribunal ordenou uma providência cautelar que proíbe a utilização de meios do Estado na campanha eleitoral.
Carlos Gomes Júnior negou que tenha usado meios do Estado na sua campanha e diz ainda que os seus adversários fazem essas críticas porque "não têm meios".
"Sabe que os nossos adversários estão um bocado desesperados, naturalmente que eles não têm meios. Sou um indivíduo que sempre primou por cumprir a governação com rigor. Desde que estou na governação nunca usei viaturas do Estado, sempre usei as minhas viaturas privadas", disse Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro que suspendeu o mandato para se candidatar a Presidente da Guiné-Bissau.
"Só tenho um automóvel do Estado que uso só em atos oficiais. A todos os membros do Governo foram dadas orientações para não utilizarem as viaturas nem meios do Estado", observou.
"Os meios postos à disposição na campanha, eu é que os financiei pessoalmente. Os meus adversários conhecem-me bem, sabem que, graças a Deus não preciso desses meios (do Estado)", reiterou Carlos Gomes Júnior.
A Guiné-Bissau realiza no domingo eleições presidenciais antecipadas após a morte do Presidente Malam Bacai Sanhá, em Janeiro.
Sobre o futuro da Guiné-Bissau caso venha ser eleito Presidente, Carlos Gomes Júnior disse que o país terá paz e estabilidade e avançará para o desenvolvimento, continuando com as reformas em curso, nomeadamente no setor militar.
"Vamos continuar a apoiar o Governo, é o Governo do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), para que prossiga essa reforma que é de suma importância para o país", defendeu Gomes Júnior, lembrando os países e organizações que já se prontificaram a apoiar a reforma das forças armadas.
"A CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) já anunciou fundos próprios para apoiar a reforma, Cabo Verde também diz que vai apoiar, Angola, como sabem, tem cá uma força militar (Missang) que tem assumido essa reforma dando apoios na formação e na logística. Angola tem suportado os primeiros passos dessa reforma", frisou Carlos Gomes Júnior.
"O Brasil já patenteou a sua disponibilidade em apoiar a reforma, a Guiné Equatorial também, mas esses fundos vão ser canalizados para estruturas próprias que vão ser criadas pela CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa)", disse ainda.
Carlos Gomes Júnior defendeu também que com ele na presidência da Guiné-Bissau as relações com a comunidade internacional são para serem continuadas e estreitadas cada vez mais.
"Ainda agora o FMI, no seu relatório, teceu fortes elogios ao nosso Governo, pensamos que vamos continuar naquela senda preconizada sempre para manter o nível do crescimento da economia em 5,3 por cento. Estando na presidência, continuarei a dar todo apoio ao Governo que me vai suceder para continuar esse trabalho", observou Gomes Júnior, antes de seguir viagem para mais um comício.
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