António Veríssimo
A imagem escolhida não é por acaso. E contém divagações. Estão todos avisados. Outra vez: A imagem mostra o ato de votar de um timorense. O aconchego de através de uma inscrição num papel poder manifestar quem quer que seja o próximo presidente da República não acontece a todos os povos. Existem imensos por este mundo que não têm essa possibilidade. Costumam chamar a isso viver em democracia.
Pois, está bem. Pior é que raramente os candidatos políticos a este ou àquele cargo cumprem as promessas que fazem. Regra geral prometem mundos e fundos mas depois fazem quase sempre o contrário das promessas. Chama-se a isso, entre outras coisas, charlatanice. Por vezes ainda pior que isso porque há os que são mesmo uns grandes filhos de p…!
Mas não se trata disso agora naquela foto em cima. Como todos sabem, quem está ali pespegado é o ainda atual presidente da República de Timor-Leste, um Nobel da Paz, um católico fervoroso, beato e jesuíta até às entranhas. Um timorense com o dom da palavra e dotado de alguma inteligência, mas sobredotado em argúcia. Nunca dá ponto sem nó. Para o bem ou para o mal. Mal que nele não existe, porque é cristão romano e se algo de errado acontecer dirá que foi vontade de Deus. Quer dizer… O Outro é que leva com as culpas. Os pobres são pobres… por vontade de Deus e não porque a ganância, a desumanidade, a apetência para a exploração, livre arbítrio e espírito ladrão de uns quantos se apropria indevidamente, imoralmente ou ilegalmente dos bens que deviam ser pertença equitativa de todos. Mas isso agora não interessa nada.
O que interessa para já é explicar essa coisa no título sobre o grande “sabão”, José Ramos Horta. Não porque ele use sabão azul e branco ou de outra “etnia” – isso era antes – porque agora requinta-se com variados gel de banho e mais isto e aquilo. Fazendo lembrar as prostitutas de uma qualquer Rua do Crime, de um qualquer país que por lá as tem. É um pivete a coisa cara e de marca (só pode) que até provoca rinites olfativas a múmias. Ainda bem que ele não vai para uma pirâmide egípcia quando se dispuser a entrar no forno ou na cova para ser comidinho pelos bicharocos e assim perpetuar a sua presença na terra através do estrume produzido pela bicharada. “Do pó vieste e ao pó voltarás.” Perdi-me mas é meu desejo dar com o final disto rapidamente.
Sintetizando
“Sabão” – em título - no vernáculo português da vox populi de há umas décadas significava uma pessoa sabedora, sabichão, inteligente, com muita informação na carola, astuto(a), capaz de velhacarias, rato, chico esperto, etc, etc. Ora isso mesmo é Ramos Horta, como já atrás, lá mais em cima, consta… Ou devia constar que é para isto bater certo.
“Funda partido” – também em título – significa aquilo que vos chamou mais a atenção para estar a ler esta engonhosa prosa. Pois. Mas é isso mesmo. José Ramos Horta está a trabalhar para fundar um novo partido político em Timor-Leste que disputará com toda a legitimidade as eleições futuras. Abençoado. Como é? Satisfeitos? Oxalá que sim. Venha mais um. Se querem saber o que penso… Acho muito bem que Horta avance. É que no espectro político-partidário timorense falta qualquer coisa de mais substancial do que aquilo que já existe. Quantos mais melhor porque depois, com o passar do tempo, os que tiverem de se extinguir, extinguem-se naturalmente e a qualidade pode melhorar nas gerações de políticos jovens e nos vindouros. Oxalá, Timor-Leste. Agora, por enquanto, ainda é tempo dos rabecões serem tocados pelas chácaras de katuas. Mas olhem que já não falta muito para eles baterem a bota, nem a mim. Depois, no forno crematório, conversaremos. Levem o ar condicionado que eu sou pobrezinho e não tenho posses para isso. Levo um abano e já gozo. Aliás, vocês é que já enriqueceram num ápice e à força toda, a cobrar a fatura das vicissitudes por que passaram na guerrilha na montanha e no exílio. Chega. Já estão mais que bem pagos. E deixem-se de pagamentos vitalícios porque assim parecem-se mais com proxenetas de colarinho branco. Pois.
Mais: Novos capítulos sobre o partido hortaliça, digo, hortista, em breve.
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