terça-feira, 6 de março de 2012

Moçambique: Governo envia "força militar para semear terror" em Nampula



MMT  - Lusa

Maputo, 06 mar (Lusa) - A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, denunciou hoje o alegado envio de "uma força militar para semear terror" em Nampula, no norte do país, e ameaçou retaliar caso a polícia intervenha.

Em declarações aos jornalistas, o porta-voz do movimento de Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Fernando Mazanga, disse que "um contingente de homens armados da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder), idos de Maputo e Pemba, tem rondado as imediações da delegação política da Renamo em Nampula, que hospeda os ex-guerrilheiros da luta pela democracia, semeando terror nos munícipes de Nampula".

Fernando Mazanga considerou que "o cerco que os homens da Força de Intervenção Rápida fazem à delegação da Renamo é o complemento daquele que é feito pela Polícia da República (PRM) à residência do presidente da Renamo (Afonso Dhlakama) em Nampula", onde vive há mais de um ano.

Para o porta-voz da Renamo "as intenções são pouco claras" e considerou que as mesmas "roçam o crime", porque se trata de instituições com existência legal e reconhecidas em todo o país e no estrangeiro.

Fernando Mazanga questionou a razão da polícia moçambicana fazer cerco à casa do líder da Renamo, que "vive numa prisão domiciliária não decretada", uma vez que "é controlado 24 sobre 24 horas" também pelos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE).

Desde finais do ano passado, um grupo de antigos guerrilheiros da Renamo, alguns armados, está a viver na sede deste partido em Nampula, onde alegadamente fizeram refém um homem de mais de 50 anos, mas Fernando Mazanga disse que este é um "assunto exclusivo" da sua força política.

"A presença dos desmobilizados da Renamo em Nampula, nas suas instalações, é assunto exclusivo da Renamo. Estranhamente, o partido no poder fica muito preocupado e envia agentes do SISE para lá se infiltrarem, sob capa de que também são desmobilizados da Renamo", disse.

"Tudo o que vier a acontecer em Nampula, a Renamo imputa responsabilidades ao partido no poder, ao SISE e ao comandante em chefe das Forças de Defesa e Segurança (Armando Guebuza, chefe do Estado). Os desmobilizados da Renamo estão fartos das provocações e do terror que a PRM e seus aliados criam nas imediações da delegação", disse Fernando Mazanga.

"Por isso, avisam desde já que não vão tolerar mais nenhuma provocação. Estão prontos para responderem à altura de qualquer provocação", afirmou o porta-voz da Renamo.

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