segunda-feira, 12 de março de 2012

Moçambique: MOTIM NA CADEIA DE NAMPULA



Rádio Moçambique

Reclusos encarcerados na Cadeia Civil de Nampula amotinaram-se na manhã de ontem, no interior daquele recinto prisional, em protesto contra as deficientes condições alimentares e de higiene a que estão sujeitos.

Segundo escreve o jornal Diário de Moçambique (DM), tudo começou por volta das 5 horas, altura reservada à higiene individual e ao pequeno-almoço. Na ocasião, agentes correccionais ali afectos viram-se confrontados com a exigência dos reclusos de retornar às celas, recusando tomar a refeição que lhes fora servida.

Satisfeita a exigência, os reclusos começaram com acções de vandalismo, que culminaram com a destruição de parte do equipamento audiovisual instalado nas celas e das grades, entre outros estragos.

Fonte do DM precisou que, do rol das reivindicações, os reclusos exigem o aumento do tempo concedido para o banho de sol, estimado actualmente em uma hora, flexibilização na tramitação processual e variação da dieta alimentar, que se resume actualmente em massa de farinha de milho e feijão.

Disse que, devido à morosidade na tramitação processual, a Cadeia Civil de Nampula anda superlotada, dificultando a movimentação dos reclusos, para além de perigar a saúde destes.

Dados disponíveis referem que, ultimamente, o efectivo prisional na Cadeia Civil de Nampula supera as quatro centenas de reclusos, distribuídos em cinco celas.

Agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR) foram chamados para conter os ânimos naquela instituição prisional.

“Praticamente já não existe cadeia aqui, porque os reclusos estragaram tudo”, revelou a fonte. Só a área reservada aos doentes permaneceu intacta.

O clima de tensão acabou por normalizar-se graças à transferência de boa parte dos reclusos da Cadeira Civil para as celas da Penitenciária Industrial de Nampula, onde, segundo informações, há mais espaço.

Entretanto, na sequência das acções visando manter a ordem naquele recinto, os guardas de serviço dispararam tiros para o ar, facto que acabou por agitar os moradores das zonas próximas.

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