quinta-feira, 8 de março de 2012

O GENERAL CANDIDATO E A ESCOLTA MILITAR EM CAMPANHA ELEITORAL TIMORENSE



António Veríssimo

O tempo é escasso mas a vontade de participar de forma útil sobre Timor-Leste é bastante… Direi que trago aqui uma opinião sobre a escolta militar do general Taur Matan Ruak… em plena campanha eleitoral. Não só é condenável à luz dos preceitos democráticos pelo custo como pela eventual intimidação que pode causar. Este facto surpreende por certo os que respeitam e estimam o general Taur e têm uma noção de democracia não musculada, independentemente de estarem ou não de acordo com a sua candidatura a presidente da República.

Os que não acreditam podem e devem fazer uma visita ao Timor Hau Nian Doben e logo confirmam o que acima está exposto. Em português podemos ler a tradução de Zizi Pedruco onde consta em dado passo do texto: “O secretário de Estado da Defesa, Júlio Tomás Pinto afirmou que o ex-comandante da Força da Defesa de Timor Leste (F-FDTL), Taur Matan Ruak, tem o direito de ser escoltado por policiais militares, como está estipulado por um decreto-lei.”

Ao que parece tudo porque o presidente da Comissão Nacional de Eleições, Faustino Cardoso, referiu e reprovou o facto de Taur Matan Ruak, candidato a PR, estar a usar “veículos públicos para a sua campanha” eleitoral…

No mínimo o que falta a Júlio Tomás Pinto é decoro. E ao general também. Poderá ter direito a tudo isso, à escolta e a isto e aquilo, até pode ter direito legal a que lhe lavem o rabinho com “bé manas”… (água morna). Mas se tiver decoro, durante um ato político como a campanha eleitoral, deve competir em igualdade de circunstâncias e arcar com a despesa de sua própria segurança como os outros candidatos. Para serem democráticos e honestos os candidatos devem competir sem que sejam os cofres do Estado a suportar despesas para além das previstas e inscritas no processo eleitoral. Imaginando que os escoltas vão fardados e em viaturas militares (é aquilo que se depreende do texto) existe ainda um fator de vantagem suportado pelos cofres da nação ou um fator de intimidação, conforme as cabeças e as sentenças dos que assistem aos comícios ou vêem passar a caravana de Taur Matan Ruak. Depende.

Surpreendidos com esta “nódoa” de Taur podemos, sem esforço, começar a torcer o nariz à presença de um militar no Palácio Presidencial. Quem tem mentalidade para aceitar estas circunstâncias numa campanha eleitoral… Já agora acrescentem uns arrufos de tambores, uma parada e uns toques de cornetim. É o que falta. Enfim, motivo de reservas é. Lamentável, não tanto pelo custo público mas mais pela atitude. E se a escolta está fardada… ainda pior em veículo militar identificado… O general saberá o que se passa? E aceita? Quem diria!

10 comentários:

Anónimo disse...

Todos os candidatos têm segurança que é paga pelo estado não só Matan Ruak. A diferença é que por lei, o general tem direito a ser escoltado pelas F-FDTL e os outros pela PNTL. Está na lei, e aqui o que está em questão é a diferença entre as F-FDTL e a PNTL. Estas pessoas todos os dias arranjam sempre alguma coisa para implicar com Matan Ruak, esquecendo-se de que também há leis injustas e que eles fazem questão de as usar, como a tal Lei Vitalicia que a FRETILIN aprovou nos últimos dias do seu mandato para assegurar que os seus irão viver à grande e à francesa até aos últimos dias das suas vidas, às expensas do povo.
É injusto o decreto-lei que dá prioridade ao candidato Matan Ruak? Talvez seja, mas não mais do que a pensão vitalícia.
Lei é lei, tanto para uns como para outros.

Cumprimentos cordiais.

Fortunato Quental

a.b.verissimo disse...

Sendo assim como afirma, e acredito na sua informação, começa por estar mal que sejam os cofres do estado a suportar as despesas de segurança dos candidatos quando lhes disponibiliza 10 mil dólares também que supostamente será para suportar custos de campanha (incluindo a segurança). Mas infelizmente os políticos lá arranjam este fartar vilanagem à custa dos povos. Verdadeiros parasitas estrafegam os valores dos cofres de todos em proveitos próprios, de amigos e familiares com leis que são imorais. essa do vitalicio também. Obviamente.
Muito obrigado pela informção. Proponho que não nos confotrmemos com esta postura dos políticos em parasitar. Cabe a todos nós em cada um dos nossos países lutar contra a vida fácil destes marmanjos e a feitura de leis desbundam o que é do coletivo. O combate à fome e à miséria teria mais sucesso se estas desbundas fossem proibidas.
Não deixo mesmo assim de criticar o general. Homem diferente, como dizem, daria o exemplo e esta polémica sairia a favor dele a 100%. Concordo, pegam em tudo que lhe cabe a ele. Ele que seja realmente diferente se é como me dizem que é: correto e do povo. É que Xanana também era... E afinal vimos a desilusão que representa.

Obrigado.

Anónimo disse...

Olá António,

Confirmo o que o comentarista escreveu. Todos os candidatos têm direito a segurança, sendo esta paga pelos cofres de Estado, a polémica é que os outros candidatos acham injusto que Matan Ruak seja escoltado pelas FDTL e o restantes candidatos sejam escoltados pela PNTL.Mas é perfeitamente legal.

Em muitas centenas de fotos que vi do Sr. general não vi nenhuma em que os seus seguranças estejam fardados.

Não percebo esta implicância de muitos contra Taur Matan Ruak, todos os dias surgem sempre boatos ou afirmações contra ele. Por estes dias vão implicar com o simples facto de Taur Matan Ruak estar a respirar! Não há pachorra para estes ditos democratas!

Já agora, Ângela Freitas, presidente do partido trabalhista, outrora anti Fretilin acabou de dar o seu apoio ao candidato deste partido, Francisco Guterres Lu-Olo. Estranho este " casamento" mas é como eu digo, tudo o que vem à rede é peixe, e em época de eleições este ditado vale ainda mais.Por isso, eles que não atirem pedras aos vizinhos quando têm telhados de vidros.

Pronto, fico-me por aqui.

Lisa

Anónimo disse...

Timor não precisa de PR enquanto Xanana governar. O único capaz de se opor e de certa forma fazer um contra poder seria Lu Olo mas infelizmente isso não vai acontecer porque os media Timorense , a elite timorense a Australia,America e Portugal são contra o desenvolvimento economico e social de Timor leste.

Anónimo disse...

Portugal não é contra o desenvolvimento de Timor, senão não tinha enterrado o seu dinheiro lá - veja-se BNU e TT independentemente dos pecados destas empresas. Que outro país investiu mais em Timor? (investir mesmo não é roubar do Mar de Timor e depois distribuir migalhas).

Anónimo disse...

Apenas acrescento mais dois detalhes ao que os restantes comentaristas afirmaram relativamente à segurança de Taur Matan Ruak:

1 - Como poderá ser confirmado por todas as fotos e videos que t
em vindo a ser postado nos blogues e Facebook de TMR, nenhum dos seus seguranças taribuídos por lei, enquanto ex-Chefe do Estado Maior General das FALINTIL-FDTL, se encontra fardado ou a utilizar viaturas militares ou do Estado - ao contrário das restanes candidaturas que estão a ser escoltadas por carros da PNTL com agentes da PNTL e também pago pelo erário público;
2 - O decreto-lei que atribui a segurança militar ao ex-Chefe do Estado Maior General das FALINTIL-FDTL, Major-General Taur Matan Ruak, também lhe atribui um telefone oficial com um plafond mensal de USD 500, uma viatura com matrícula do Estado e tratamento médico (apenas ao próprio, a esposa ou filhos NÃO estão incluídos), no país ou no estrangeiro, caso seja necessário.

Seria honesto e útili, o Senhor António Veríssimo que prezo e muito respeito pelo trabalho incansável e também honesto e digno que vem realizando há tantos anos por Timor-Leste, comparar estes benefícios atribuídos com a lei das pensões vitalícios e benefícios de ex-titulares (que até incluem um x número (creio que duas) de viagem em classe executiva aos conjuges e filhos dos referidos ex-titulares. Isso sim, parece-me algo abusivo do erário público!

Não entendo estes ataques mesquinhos a Taur Matan Ruak. Ele deu-se a conhecer durante 24 anos no mato e mais 12 desde a libertação em 1999 ... difamarem atrabés da invenção de situações ridículas só revela o receio que têem da força e carisma que ele ainda tem.

No dia 6 de Outubro de 2011, mal terminou a cerimónia de transferência de liderança no comando das F-FDTL, Taur Matan Ruak regresso a casa no seu carro pessoal. Acabara de entregar o carro oficial ao General Lere. Entregou de imediato o seu telefone oficial ao Secretário de Estado ... e já tinha abandonado a casa oficial! Este é o Major-Generla Taur Matan Ruak!

Anónimo disse...

Esqueci-me de referir o dito decreto governamental (e não decreto-lei, como foi referido por um dos comentaristas e pelo próprio Secretário de Estado) que atribuiu as regalias ao ex-Chefe do Estado Maior General dad F-FDTL: Decreto 10/2011, aprovado a 12 de Outubro e promulgado a 19 de Outubro de 2011.

Fonte: Jornal da República: http://www.mj.gov.tl/jornal/ ou, em: http://www.unmit.org/legal/RDTL-Law/RDTL-Gov-Decrees-P/Microsoft%20Word%20-%20Document1.pdf

Anónimo disse...

Parece que o que está em causa é ver o militares fardados a distribuirem o panfletos da sua candidatura.

Anónimo disse...

Militares a distribuir propaganda eleitoral? Sendo assim essa é nova e é grave, mas vindo de quem vem (xanana ou do mesmo género) nada é de admirar. Ele parece que tem Taur na mão... A envolver-se por procedimentos incorretos caminha para a descrebilização e depois... Vai ser bonito, ai vai vai!

Anónimo disse...

Viva Taur Matan Ruak.Abaixo os oportunistas que fizeram a lei vitalicia.

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