Correio do Brasil - de São Paulo
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) deixou cair uma gota a mais de veneno na campanha do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), que luta para se desvencilhar da imagem de político inconstante, que ñ consegue terminar um mandato sequer. Aécio afirmou, em entrevista divulgada nesta sexta-feira, que ao contrário do que Serra fez questão de reafirmar e, em certa ocasião, assinou até documento em cartório para iludir os eleitores, ele poderá, sim, ser candidato a presidente da República em 2014, mesmo se for eleito prefeito de São Paulo em 2012.
– As circunstâncias lá na frente podem demonstrar que ele (Serra) é a grande alternativa para a sucessão presidencial. Eu não afasto isso de maneira peremptória e definitiva – rasgou Aécio, no fio da navalha afiada de um elogio que, bem ao estilo mineiro, corta mais fundo do que a crítica.
Na entrevista ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, Aécio acrescentou também que, para a eleição presidencial de 2014, está “preparado” e “muito competitivo” para disputar o Planalto. Mas afirmou que entre seus defeitos “não está o da obsessão”, em outra crítica velada ao desafeto paulista, e que pode apoiar outro candidato que tiver mais chances de vitória.
O ex-governador mineiro também criticou a presidenta Dilma Rousseff, a quem atribuiu nota cinco, numa escala de zero a dez.
– É bem intencionada, mas ela não consegue fazer o que precisa ser feito. Não consegue fazer o país avançar nas grandes reformas – cutucou.
Sobre a CPI do Cachoeira, instalada no Congresso para investigar as relações de políticos com o empresário Carlinhos Cachoeira, preso e suspeito de chefiar uma máfia de jogos ilegais, Aécio prevê que será cassado o mandato do senador Demóstenes Torres (ex-DEM). O senador disse ainda que todos os citados nos grampos da Polícia Federal e suspeitos de envolvimento com Cachoeira devem ser investigados, inclusive o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Sobre o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que é amigo de Cachoeira, Aécio disse que o PSDB pode decidir por licenciá-lo.
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