sexta-feira, 13 de abril de 2012

Amanhecer tranquilo em Bissau, muita gente e poucos militares nas ruas


Casa do PM Gomes Júnior foi vandalizada e está hoje de manhã vazia
Lusa, com foto

Bissau, 13 abr (Lusa) - Bissau é na manhã de hoje uma cidade relativamente tranquila e a presença militar é pouco visível, depois de um fim de noite e madrugada também sem incidentes.

Ao início da noite de quinta-feira, os militares fecharam várias ruas e foram ouvidos muitos disparos, alguns de armas pesadas.

Os disparos terminaram cerca das 21:30 (22:30 em Portugal) e desde então a noite foi calma, sem que o hospital tivesse registado mortos ou feridos.

Casa do primeiro-ministro foi atacada e é hoje centro das atenções

Bissau, 13 abr (Lusa) - A casa do primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, foi vandalizada e está hoje de manhã vazia, sendo, no entanto, o centro das atenções dos populares da capital guineense.

Até agora, depois da saída para a rua dos militares na noite passada e dos disparos ouvidos, desconhece-se o paradeiro do primeiro-ministro ou do Presidente interino, Raimundo Pereira.

Na manhã de hoje, a presença militar nas ruas é mínima, mas, em contrapartida, são muitas as pessoas que andam nas ruas, especialmente jovens.

Hospital de Bissau sem registo de mortos ou feridos

Bissau, 12 abr (Lusa) -- O hospital Simão Mendes, o único em Bissau, não tem registo de mortos ou feridos na sequência da intervenção militar de hoje na capital guineense, disse à Lusa fonte clínica daquela unidade de saúde.

Segundo a mesma fonte, o hospital está sem eletricidade.

Entretanto, a situação na capital guineense está agora mais tranquila, não se ouvem tiros há mais de uma hora, embora algumas ruas continuem encerradas, nomeadamente o quarteirão onde reside o primeiro-ministro e candidato presidencial Carlos Gomes Júnior, e onde se situa a Presidência.

Chefe da diplomacia angolana reconhece que situação em Bissau "não é das melhores"

Luanda, 13 abr (Lusa) - A situação em Bissau "não é das melhores", reconheceu o chefe da diplomacia angolana, em entrevista à agência Angop, antes de partir para Portugal, onde vai presidir à reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Georges Chicoti, que falava ao final da noite de quinta-feira, acrescentou que a Guiné-Bissau vive uma situação anticonstitucional e que esse é um problema que a comunidade internacional, particularmente a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a União Africana, têm de condenar com a devida energia.

"A situação não é das melhores na Guiné-Bissau e, neste momento, nem sabemos o que se está a passar por lá", sublinhou.

A mais recente onda de instabilidade na Guiné-Bissau foi de novo protagonizada por movimentações de militares, que na noite de quinta-feira efetuaram disparos de armas pesadas e ligeiras, com as embaixadas na capital guineense a serem cercadas para prevenir tentativas de pedidos de asilo.

A intervenção militar ocorreu dias depois de Angola ter anunciado o fim da Missão Militar Angolana na Guiné-Bissau, denominada Missang, formalmente lançada a 21 de março de 2011 com o objetivo de apoiar a reforma do setor militar guineense.

A Missang conta com 200 efetivos militares e policiais angolanos, ainda estacionados em Bissau, e as autoridades angolanas decidiram pôr-lhe um fim na sequência de críticas da hierarquia militar guineense.

A reunião do Conselho de Ministros da CPLP foi convocada por Angola, que preside à organização, para debater a situação na Guiné-Bissau.

EL

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