segunda-feira, 16 de abril de 2012

Fecho de fronteiras na Guiné-Bissau pode levar a escassez de alimentos, diz português



TSF

O português Constantino Ramos lembra que o encerramento da fronteira com o Senegal poderá levar a que Guiné-Bissau venha a ter «grandes dificuldades».

O português Constantino Ramos, proprietário de um restaurante na Guiné-Bissau, acredita que o fecho das fronteiras do país poderá levar a que haja uma escassez de alimentos.

Em declarações à TSF, este emigrante português que vive há 23 anos na Guiné-Bissau explicou que se a «fronteira do Senegal não abrir é capaz de começar a faltar o comer».

«Aqui no porto não há contentores a descarregar e se o Senegal fechar as fronteiras vamos ter grandes dificuldades», adiantou Constantino Ramos, que deu também conta da crescente falta de gasóleo no país.

À parte disto, este português descreve um ambiente calmo, muito embora note que muitas pessoas estão a ir para o interiir do país com receio dos efeitos da vinda da missão portuguesa para a Guiné-Bissau.

«Isto meteu um bocado de medo às pessoas, porque três barcos, um avião e cento não-sei-quanto militares deu um bocado de mal-estar às pessoas. Sabemos que os nossos militares não fazem mal a ninguém, só que esta gente é um bocado complicada», explicou.

Constantino Ramos acrescentou ainda que se continuam a verificar os efeitos do recolher obrigatório no país, uma vez que continua quase tudo fechado e que o que fica aberto tem de encerrar às 21:30.

Este português revelou ainda que só os cidadãos nacionais que estão há menos tempo na Guiné-Bissau é que estão com medo, já que «quase todos os anos há festa».

«Esses novatos que chegaram estão um bocadinho com medo, porque se vieram sem nada de Portugal e chegam aqui para investir alguma coisa do pouco que têm e agora acontece isto ficam um pouco apreensivos», concluiu.

Comida no hospital de Bissau só deve chegar até quarta-feira, diz administrador

TSF

Ouvido pela TSF, o administrador do hospital Simão Mendes explicou que as constantes falhas de energia estão a estragar a comida armazenada no frio.

O administrador do hospital Simão Mendes, em Bissau, acredita que a comida só deve chegar até quarta-feira em virtude dos efgeitos do golpe militar de quinta-feira no país.

Em declarações à TSF, Johannes Mooij adiantou ainda que não há dinheiro e que as falhas de energia estão a provocar grandes transtornos, uma vez que estão a estragar a comida armazenada no frio.

Este médico disse que estão a ser procurados eletricistas para resolver esta situação o mais rápido possível para que as doações não fiquem estragadas.

Johannes Mooij apelou à continuação das doações uma vez que ninguém sabe até quando esta situação vai continuar e lembrou que o hospital já não tem dinheiro para comprar alimentação, que ainda vai existindo nos mercados.

Entre os materiais que são necessários, está a «gasolina para os geradores» que podem «bombar a água para que o hospital possa ter água».

Como ninguém sabe até quando esta situação de instabilidade na Guiné-Bissau vai continuar, este administrador frisou ainda que qualquer doação é importante nem se que seja um «saco de água ou alguma coisa assim».

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