sexta-feira, 13 de abril de 2012

Guiné-Bissau: Comunidade internacional não pode desistir do país - PR de Cabo Verde



JSD/CLI - Lusa

Cidade da Praia, 13 abr (Lusa) - O Presidente de Cabo Verde afirmou hoje que independentemente dos sucessivos problemas que atingem a Guiné-Bissau a comunidade internacional não pode desistir do país, sublinhando ser preciso conhecer bem as causas dos conflitos.

Em declarações à Rádio de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca mostrou-se agastado pela "instabilidade permanente" que tem afetado a Guiné-Bissau, considerando que os acontecimentos de quinta-feira à noite em Bissau geram "preocupação".

"A instabilidade na Guiné-Bissau tem sido uma constante de há uns anos para cá e tem havido sucessivas eleições antecipadas por acontecimentos anómalos e isso pode gerar na perspetiva da comunidade internacional alguma desmotivação", afirmou.

"Mas creio que os interesses superiores do povo guineense exigem da comunidade internacional que ela não desista e que esteja sempre determinada e firme, para que se encontrem soluções adequadas à situação", acrescentou.

Para Jorge Carlos Fonseca, que ressalvou dispor de informações incompletas, torna-se, assim, necessário "conhecer bem as causas da instabilidade permanente" para, depois, as "atacar".

"A comunidade internacional tem dado sinais claros, inequívocos e firmes para que haja uma cultura de respeito pela instituições, pelo processo de construção do país, porque, a não ser assim, será adiada «sine die» a construção de um Estado de direito na Guiné-Bissau", realçou.

"Existe a ideia de que talvez seja necessário conhecer em profundidade a situação social e política da Guiné-Bissau para que os remédios apresentados pelas diferentes instâncias sejam os apropriados", defendeu.

O chefe de Estado cabo-verdiano lembrou que Cabo Verde é um país "vizinho" da Guiné-Bissau, com quem integra também várias organizações internacionais, como a União Africana (UA) e as comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Será, assim, por via dessas organizações que, sublinhou, Cabo Verde está a dar "uma contribuição positiva e construtiva" para ajudar a encontrar soluções para as sucessivas crises.

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