sexta-feira, 13 de abril de 2012

Joaquim Chissano defende que país deve "autoeducar-se na cultura da paz e democracia



PMA - Lusa

Maputo, 13 abr (Lusa) - O ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano exortou hoje a comunidade internacional para prestar uma assistência permanente de longo prazo à Guiné-Bissau, visando ajudar o país a "autoeducar-se na cultura da paz e da democracia".

Questionado hoje em Maputo pelos jornalistas sobre a situação que se vive naquele país da África lusófona, Joaquim Chissano lamentou o recurso sistemático à violência para a resolução de diferendos, advogando a articulação da comunidade internacional na pacificação do país.

"É preciso muito bom trabalho de mobilização para a promoção do relacionamento entre as forças armadas e o poder civil e isso vai pedir uma assistência internacional mais permanente, de longo termo, para que os guineenses se possam educar na cultura da paz e da democracia", enfatizou o ex-estadista moçambicano.

Joaquim Chissano apontou a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Comunidade de Desenvolvimento da África Ocidental (CEDEA) e as Nações como cruciais na estabilização da Guiné Bissau.

Na quinta-feira à noite um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, e ocupou vários postos estratégicos da capital da Guiné-Bissau. A ação foi justificada hoje, em comunicado, por um autodenominado Comando Militar, cuja composição se desconhece, como visando defender as Forças Armadas de uma alegada agressão de militares angolanos, que teria sido autorizada pelos chefes do Estado interino e do Governo.

A mulher de Carlos Gomes Júnior disse hoje que ele foi levado por militares na noite do ataque e encontra-se em parte incerta, bem como o Presidente interino, Raimundo Pereira.

Os acontecimentos militares na Guiné-Bissau, descritos como um "golpe de estado" pelo Presidente da República português e pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, antecederam o início da campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais previstas para dia 29 de abril.

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