terça-feira, 17 de abril de 2012

Missão da CEDEAO vai ajudar a encontrar solução constitucional para crise - militares



FP - Lusa

Bissau, 17 abr (Lusa) - A Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO) vai enviar uma missão técnica a Bissau para "encontrar uma solução por via da Constituição" para "a saída da crise" na Guiné-Bissau, disse hoje um responsável da Forças Armadas.

Dabana Na Walna, porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas e que tem aparecido a comentar o golpe de Estado na Guiné-Bissau de quinta-feira passada, disse hoje à Rádio Nacional do país que "não foi difícil" chegar a um entendimento com a CEDEAO, numa reunião realizada segunda-feira à noite, porque os militares aceitam que o poder seja devolvido aos civis.

"A delegação (da CEDEAO) tinha uma missão apenas de vir saber se nós, militares, aceitaremos que a normalidade constitucional seja restabelecida", disse Dabana Na Walna, acrescentando que "ficou combinado que a CEDEAO vai mandar uma equipa técnica para ajudar a encontrar uma solução por via da C
onstituição para a saída da crise".

O mesmo responsável explicou que os militares deixaram "bem claro" que "está fora de questão" a repetição da segunda volta das eleições presidenciais e que "está fora de questão" o retorno de Carlos Gomes Júnior ao cargo de primeiro-ministro.

"Chamámos a classe política para gradualmente repor a ordem constitucional e os militares voltarem para o quartel", disse Dabana Na Walna à Rádio Nacional, acrescentando que há uma comissão que está a trabalhar nesse aspeto mas não "em versão definitiva ", porque haverá a missão técnica da CEDEAO para discutir "a modalidade de arranjo constitucional".

"Bureau político" do PAIGC condena golpe e acusa líder da oposição de envolvimento

Lusa

Bissau, 17 abr (Lusa) - O "bureau político" do PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau, condenou hoje "veementemente" o golpe de Estado de dia 12 e acusou o presidente do PRS, segundo maior partido, e "militantes armados" de "envolvimento direto e assumido".

Num comunicado sobre uma reunião realizada na segunda-feira, mas só hoje divulgado, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) exige também a divulgação pública de um acordo secreto que os militares alegam existir entre a Guiné-Bissau e Angola e que terá motivado o golpe.

O "bureau político" acusa também os candidatos às eleições presidenciais de março passado Serifo Nhamadjo, Henrique Rosa, Afonso Té e Serifo Baldé (que com Kumba Ialá, líder do PRS, contestaram os resultados eleitorais) de "incitação e execução" do golpe de Estado.

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