JSD - Lusa
Cidade da Praia, 15 abr (Lusa) - O Ministério Público (MP) cabo-verdiano deduziu acusações contra dezena e meia de detidos preventivamente no caso "Lancha Voadora", figurando na lista o ex-presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVCV), Veríssimo Pinto, noticia hoje a imprensa local.
Segundo os jornais A Nação e A Semana, estão envolvidos cerca de dezena e meia de suspeitos, tendo o MP considerado haver "fortes indícios" que confirmam os factos que estiveram na base da detenção preventiva, ligada à apreensão de tonelada e meia de cocaína em outubro de 2011.
Entre outras, o Ministério Público cabo-verdiano deduziu acusações de tráfico de droga agravado, associação criminosa, posse de arma de guerra e lavagem de capitais agravada, escrevem os dois semanários cabo-verdianos.
Segundo os jornais, o MP pediu também a confiscação de bens patrimoniais dos suspeitos e de mais cinco empresas com sede na Cidade da Praia - Autocentar, Imopraia, Aurora Internacional, Editur e Tecno-Lage, todas elas pertencentes a alguns dos arguidos.
No entanto, o jornal A Nação avança com a informação de que existem também bancos comerciais envolvidos no processo, mas sem os apontar, e o A Semana fala da Escola de Condução Prevenção Rodoviária, pertencente a José "Djoy" Gonçalves, alegadamente um dos "cabecilhas" do narcotráfico.
No caso de Veríssimo Pinto, detido preventivamente a 2 de dezembro de 2011, o MP relacionou-o formalmente com os crimes de associação criminosa, tráfico e lavagem de capitais, os três de que fora acusado no início da investigação.
A operação "Lancha Voadora" começou a 08 de outubro de 2011, quando a Polícia Judiciária (PJ) cabo-verdiana fez a maior apreensão de droga de sempre no arquipélago: 1,5 toneladas de cocaína em elevado estado de pureza, que estava armazenada num prédio da Achada de Santo António, paredes meias com a Televisão de Cabo Verde (TCV).
Na operação, foram apreendidos milhares de euros e de outras moedas sul-americanas e milhões de escudos cabo-verdianos em notas, e confiscadas cinco viaturas topo de gama, três jipes, duas cabines duplas, uma moto de mar e um quadriciclo, além de algumas armas.
Conhecidas as acusações, os advogados de defesa têm 15 dias para solicitarem ao Tribunal da Cidade da Praia a abertura de Audiências Contraditórias Preliminares (ACP), procedimento que constitui uma espécie de pré-julgamento, em que o juiz examina os argumentos e as provas dos dois lados e decide se o caso segue para julgamento.
Se não se realizar qualquer ACP, o Tribunal da Cidade da Praia terá de julgar os acusados, atualmente detidos nas cadeias de São Vicente e da Cidade da Praia, no prazo de dois anos.
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