FPA - Lusa
Lisboa, 12 abr (Lusa) - A ajuda que Timor-Leste recebe para desenvolver o setor da água e do saneamento representa 1,94 por cento do seu Produto Interno Bruto (PIB), o que o coloca no topo dos 74 países abordados num relatório da ONU.
As conclusões constam do relatório de 2012 da agência das Nações Unidas para a Água (UN-Water), intitulado "o desafio de alargar e manter os serviços".
Este relatório, o segundo desde que a agência foi constituída, apresenta dados recolhidos em inquéritos feitos a 74 países em vias de desenvolvimento, cobrindo todas as regiões dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, e também a 24 agências de cooperação externa que representam quase 90 por cento da ajuda ao setor.
No documento, a UN-Water conclui que os governos centrais continuam a ser a principal fonte de financiamento para o setor da água e do saneamento, mas admite que muitos países de baixos e médios rendimentos ainda são dependentes da cooperação externa.
Segundo a mesma fonte, o financiamento externo do setor da água representa pelo menos um por cento do PIB em sete países, encabeçados por Timor-Leste, que entre 2008 e 2009 recebeu 11 milhões de dólares de ajuda àquele setor. Este valor representa 1,94 por cento do PIB.
Os restantes seis países são Samoa (1,80%), Burundi (1,31%), Nicarágua (1,20%), Lesotho (1,18%), Libéria (1,15%) e Haiti (1,05%).
Ainda assim, o investimento do Governo timorense no setor aumentou de dois milhões de dólares em 2009 para 11,2 milhões em 2010 e 35 milhões em 2011.
O relatório da UN-Water explica que esta medida permite calcular o compromisso político e a prioridade dada pelos governos ao setor da água e do saneamento. Em 2008, por exemplo, os países reunidos na Segunda Conferência Africana sobre Saneamento e Higiene assinaram a Declaração de eThekwini, na qual se comprometeram a dedicar pelo menos 0,5 por cento do PIB ao saneamento.
No relatório da UN-Water, Timor-Leste é ainda citado como exemplo por ter implementado um extensivo programa de formação de recursos humanos na área do saneamento após se ter comprometido a fazê-lo numa reunião de alto nível da parceria "Sanitation and Water for All" (SWA), que reúne governos, doadores, sociedade civil e organizações multilaterais.
Também Angola reconfirmou, na mesma reunião, a sua intenção de abordar a falta de recursos humanos criando um centro profissional para o setor da água e do saneamento.
Os dois países comprometeram-se ainda a utilizar a informação existente para assegurar que os fundos serão alocados a chegar àqueles que ainda não têm acesso às redes de abastecimento de água e de saneamento.
Desde então, Angola estabeleceu um sistema de informação para a água e o saneamento para fornecer informação credível para o planeamento, orçamento e avaliação, enquanto Timor-Leste introduziu um sistema de informação para monitorizar o acesso a fontes de água melhoradas, o que permite alcançar populações sem acesso, sobretudo nas zonas rurais.
Sem comentários:
Enviar um comentário