quinta-feira, 3 de maio de 2012

Amparado em uma bengala, Lula critica os ricos durante encontro no Rio de Janeiro




Correio do Brasil - do Rio de Janeiro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita ao Rio nesta quinta-feira, participou do seminário Investindo na África: Oportunidades, desafios e Instrumentos para a Cooperação Econômica, realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Lula chamou a atenção dos repórteres presentes ao encontro por se amparar em uma bengala. Segundo a assesoria de Lula, o uso da bengala deve-se à fraqueza provocada pelo tratamento contra o câncer na laringe, que fez o ex-presidente perder 18 quilos, parte já recuperados.

Também mais magro, o governador Sérgio Cabral – que fez questão de permanecer ao lado do padrinho político todo o tempo – voltou a manter distância da imprensa ao deixar o evento, após a divulgação de fotos dele na França, na companhia do empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, empreiteira investigada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) Cachoeira, em referência à ação do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, junto a políticos e empresários de todo o país. O governador deixou o evento por uma porta lateral. O prefeito Eduardo Paes, que estava na mesma sala com Cabral saiu pela porta da frente.

Lula deixou de lado o improviso característico de seus discursos e passou a ler a mensagem à plateia, com várias paradas para beber do copo d’água que estratégicamente o acompanhou durante todo o tempo. Lula exaltou a cooperação entre o Brasil e a África, afirmando que o continente e o Brasil crescem em um mesmo momento.

– Faz sete meses que eu não falo. Espero que eu não tenha desaprendido – disse Lula, com um sorriso, antes de começar o discurso.

Ele voltou a criticar a posição dos países ricos durante a crise econômica, acusando-os de punir as vítimas da crise (trabalhadores) e distribuir prêmios para os “reais culpados” pela situação econômica mundial que seriam o mercado financeiro e as grandes empresas.

– Os países ricos deram para o sistema financeiro todo o apoio, e para os mais pobres nenhum socorro – disse Lula.

Lula também pontuou a necessidade de um maior intercâmbio comercial do Brasil com os países africanos. As exportações brasileiras para a África saltaram de 2,4 bilhões em 2002 para 12,2 bilhões em 2011, ressaltou o ex-presidente.

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