Angola Press
Luanda - A secretária de Estado para a Cooperação, Exalgina Gambôa, disse hoje (sexta-feira), em Luanda, que as actuais crises políticas em países africanos como o Mali e a Guiné-Bissau acentuam as clivagens nacionais e requerem uma abordagem dos líderes africanos na procura de soluções.
Segundo Exalgina Gambôa, que intervinha na palestra subordinada ao tema ”O Papel do Estado de direito na consolidação da paz em África”, sustentou que os acontecimentos vividos na Líbia provam ingerência estrangeira e tornaram o país mais permissível à violência.
“As lutas facciosas põem em risco tanto interesses estratégicos do Estado quanto a segurança na região ao criar oportunidades para a emergência de grupos rebeldes como os tuareg que já controlam o norte do Mali, ameaçando a sua integridade nacional”, disse.
Nesta senda, justificou ser fundamental que os países saibam defender os seus interesses nacionais e preservar a sua soberania e independência privilegiando formas pacíficas e inclusivas para dirimir conflitos e ultrapassar eventuais diferendos, dentro do respeito da lei e dos direitos humanos.
Acrescentou ainda que é uma responsabilidade que cabe tanto ao Estado quanto aos cidadãos, de forma individual ou organizada, para se conseguir forjar o país dentro de um verdadeiro espírito de “cumplicidade nacional”.
“Por isso, encorajamos uma solução negociada para o conflito entre o Sudão e o Sudão do Sul, para que sejam envidados esforços para a estabilidade em países como a Somália ou a República Democrática do Congo em que o reacender das confrontações na região do Kivu-Norte e as suas consequências humanitárias constituam motivo de apreensão.”, considerou.
A secretária de Estado sublinhou ser necessária uma liderança forte e unida a nível da União Africana para a resolução de conflitos e a mobilização de vontades para o desenvolvimento de África.
“Esperamos que os interesses continentais se sobreponham a eventuais rivalidades entre países ou regiões e se consiga alcançar um compromisso abrangente e inclusivo em nome dos ideias de unidade e solidariedade que inspiram a desta organização continental, cuja data hoje celebramos”, finalizou.
A Organização da Unidade Africana (OUA) foi criada a 25 de Maio de 1963 em Addis Abeba, Etiópia, por iniciativa do imperador etíope Haile Selassié, através da assinatura da sua Constituição por representantes de 32 governos de países africanos independentes, tendo sido substituída a 9 de Julho de 2002 pela União Africana (UA).
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