EA(JSD) - Lusa
Lisboa, 03 mai (Lusa) - Os ministros do Ambiente da CPLP poderão conseguir na sexta-feira, em Cabo Verde, uma posição conjunta para a conferência Rio+20, avançou hoje a titular portuguesa, Assunção Cristas, destacando o papel de Portugal na síntese de várias sensibilidades.
Assunção Cristas participa na sexta-feira, na ilha do Sal, na reunião dos ministros do Ambiente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre cooperação na área do Ambiente e desenvolvimento sustentável, um encontro a decorrer desde quarta-feira.
Depois da declaração de Luanda sobre este tema, firmada em março, agora, "no Sal, podemos já ter a posição conjunta que nos leva ao Rio+20 de uma forma mais robusta", disse à agência Lusa a ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (MAMAOT).
A governante fez questão de salientar que o trabalho da CPLP é "muito importante e está a ter grande reconhecimento ao nível europeu, a ponto de a própria presidência dinamarquesa convidar Portugal para abrir o debate no conselho informal [realizado na Dinamarca] e pedir ajuda para definir e negociar a posição europeia no Rio+20".
A conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável vai decorrer a 20 de junho, no Rio de Janeiro, e tanto a União Europeia como a CPLP estão a preparar documentos com contributos para o futuro. Portugal participa em ambos os grupos.
"Conciliamos muito bem [a posição na CPLP e na União Europeia] na medida em que também trazemos para a declaração da CPLP a linguagem europeia com a qual Portugal está intimamente comprometido", disse Assunção Cristas.
Por outro lado, "a grande vantagem da CPLP é que reúne países que estão integrados regionalmente em blocos diferentes, o que leva a uma profundidade de análise e capacidade de concertação de posições que é útil e pioneira", frisou.
Portugal "tem sabido usar a capacidade de ouvir, de interpretar e fazer a síntese das várias posições, para que na CPLP possamos ter uma posição que acomode todas as sensibilidades", processo para o qual contribui a experiência na UE, apontou a governante, referindo a importância de "fazer a ponte" entre várias perspetivas.
"Não há risco de haver contrariedades ou incompatibilidade, há sempre uma lógica de complementaridade", salientou Assunção Cristas.
A reunião regular da CPLP na área do Ambiente está a decorrer em Cabo Verde, depois da reunião extraordinária de Luanda, promovida pela presidência angolana para preparar a conferência do Rio+20.
Em Durban, houve pela primeira vez uma declaração conjunta da CPLP na cimeira do clima, depois seguiu-se a declaração de Luanda.
Os responsáveis governamentais estão a analisar preocupações com o desenvolvimento sustentável, mas também com assuntos como a segurança alimentar ou acesso à água, pontos importantes para os países africanos.
Em todos estes pontos "vamos juntar o que já foi o nosso contributo para a declaração de Luanda, em particular o crescimento apoiado no mar, um crescimento azul, sustentável, matéria na qual Portugal tem trabalhado e queremos que passe para a agenda CPLP cada vez mais", segundo Assunção Cristas.
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