sexta-feira, 4 de maio de 2012

Guiné-Bissau: "Finalmente há luz verde" para saída da crise, diz MNE da Nigéria



Lusa

Bissau, 04 mai (Lusa) - O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Nurudeen Muhammad, disse hoje em Bissau que "finalmente há uma luz verde" para a crise na Guiné-Bissau e que a resolução dos problemas está por "horas ou dias".

"Estamos a ver, em horas ou dias tudo irá acabar", afirmou Nurudeen Muhammad aos jornalistas num hotel de Bissau, onde se reuniu com os políticos guineenses e com as forças armadas.

O ministro chegou a Bissau ao início da tarde, num avião da Força Aérea da Nigéria, poucos minutos depois de ter aterrado também em Bissau outro avião, transportando uma delegação da Costa do Marfim, chefiada pelo ministro-adjunto do Presidente e ministro da Defesa, Paul Koffi Koffi.

Dirigente PAIGC acredita em entendimento para acabar com a crise

Bissau, 04 mai (Lusa) - O secretário nacional do PAIGC, principal força política da Guiné-Bissau, disse hoje acreditar num entendimento entre as forças vivas do país para sair da crise criada pelo golpe de Estado militar de 12 de abril.

Augusto Olivais falava aos jornalistas no final de uma reunião que juntou elementos do Comando Militar que protagonizou o golpe, políticos, dirigentes da sociedade civil guineense a uma delegação da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).

A delegação da CEDEAO incluiu, entre outros, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Nigéria e da Defesa da Costa do Marfim, e chefes militares dos dois países e ainda do Senegal.

"O nosso espírito é bom. Pensamos que se irá encontrar uma saída. É um diálogo intra-guineense. Creio nos guineenses, penso que iremos encontrar uma saída para o nosso país, porque todos nós queremos bem para este país", defendeu Augusto Olivais.

"Brevemente vamos dar uma resposta. O mais tardar até amanha (sábado) vamos dar a nossa resposta através da delegação da CEDEAO que está cá", precisou o secretário nacional do PAIGC, quando questionado sobre a posição do seu partido em relação às propostas apresentadas pela Comunidade da África Ocidental.

"Acabámos de ter contacto com o documento (da CEDEAO) e brevemente a direção do partido vai reunir-se e tornar público a sua posição face ao documento", disse ainda Augusto Olivais.

O ministro da Defesa da Costa do Marfim, Paul Koffi Koffi, disse aos jornalistas que da reunião, na qual estavam presente o general António Indjai, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e o ex-Presidente guineense, Kumba Ialá, "quase todos estavam de acordo com os pontos apresentados pela CEDEAO".

"Acabamos de ter contacto com o documento (da CEDEAO) e brevemente a direção do partido vai reunir-se e tornar pública a sua posição face ao documento. Não posso dizer nada aqui e agora. Só depois", frisou Olivais perante a insistência dos jornalistas.

Augusto Olivais disse que o único facto que podia sublinhar é a aparente alteração que parece existir na proposta agora apresentada pela CEDEAO para a formação do futuro governo.

"Há uma pequena diferença em relação ao comunicado final da cimeira de Banjul, porque se se lembrarem as pastas da Defesa e Segurança seriam entregues aos militares, já neste documento não reza a mesma coisa. Agora não dizem nada sobre estas pastas", destacou Augusto Olivais.

Fernando Vaz, da UPG (União Patriótica Guineense) que tem sido o porta-voz dos partidos da oposição, disse também aos jornalistas que "houve consenso para que o país volte à normalidade" e adiantou que na próxima semana uma missão técnica da CEDEAO estará no país para ajudar a resolver algumas "inconstitucionalidades".

As limitações de um Presidente interino, que não pode nomear um governo ou homologar uma nova lei eleitoral foram exemplos de inconstitucionalidades a resolver dados por Fernando Vaz.

Na reunião de hoje participaram também os candidatos a Presidente nas eleições de março passado Henrique Rosa e Serifo Nhamadjo, atual presidente em funções da Assembleia Nacional Popular. -MB/FP

PAIGC diz estar fora de qualquer arranjo parlamentar para a crise

Bissau, 04 mai (Lusa) - O presidente da bancada parlamentar do PAIGC (no poder na Guiné-Bissau até ao golpe de Estado) garantiu hoje que o partido não participará em nenhuma solução sem ser a reposição da situação de antes de 12 de abril.

Rui Sousa comentava assim hoje aos jornalistas a decisão da cimeira da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), que quinta-feira preconizou uma solução para a crise na Guiné-Bissau encontrada dentro da Assembleia Nacional Popular.

O PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) tem a maioria no parlamento.

1 comentário:

Anónimo disse...

ALERTA: REFÉNS DA CEDEAO:

Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior, deixaram de ser detidos dos militares da Guiné Bissau, para passarem a reféns da CEDEAO em Abidjan, com todas as maipulações que isso significa!!!

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