MB - Lusa
Bissau, 09 mai (Lusa) - O parlamento da Guiné-Bissau reúne-se em sessão plenária a partir da próxima segunda-feira e até dia 29, anunciou hoje o presidente interino da Assembleia Nacional Popular (ANP), Serifo Nhamadjo.
Serifo Nhamadjo falava aos jornalistas à saída de uma reunião da Comissão Permanente da ANP.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) propôs como uma das soluções para resolver a crise na Guiné-Bissau, decorrente do golpe de Estado de dia 12 de abril, que seja a ANP a escolher um Presidente interino para um período de transição de um ano.
De acordo com Serifo Nhamadjo, os membros da Comissão Permanente decidiram agendar a sessão plenária inicialmente marcada para decorrer de 03 a 25 de maio para as datas entre 14 a 29 do mesmo mês.
"A sessão plenária já tinha sido agendada mas infelizmente aconteceu o que aconteceu, estamos bastante atrasados e era necessário adaptar a realidade. Agora foi aprovada uma nova data para 14 a 29 de maio", disse Serifo Nhamadjo, adiantando que a reunião de hoje serviu também para falar da situação do país decorrente do golpe de Estado.
"Fizemos uma abordagem genérica da situação político-militar do país, em função das consultas que pude realizar com o Comando Militar e partidos políticos e entidades religiosas. Transmiti aos membros da Comissão Permanente aquilo que consegui apurar sobre a situação do país", afirmou Nhamadjo.
Questionado sobre se pensa contar com os deputados do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), no poder até ao golpe de Estado, Serifo Nhamadjo disse que sim.
"Eu acredito que haverá deputados que vão estar presentes na sessão plenária. O PAIGC tem 67 deputados, certamente que haverá aqueles que vão estar presentes", disse o presidente interino do parlamento, comentando a recusa do PAIGC em participar em qualquer reunião convocada por Serifo Nhamadjo, a quem retirou confiança politica.
Sobre a presença de elementos do PAIGC na reunião da Comissão Permanente, mesmo contrariamente a direção da bancada parlamentar daquela formação politica, Serifo Nhamadjo defendeu que a presença dos deputados naquele órgão faz-se pela participação individual e não por orientação partidária.
A Comissão Permanente é constituída por 15 deputados. Na reunião de hoje, oficialmente boicotada pelo PAIGC, estiveram nove deputados. Cinco do Partido da Renovação Social (PRS) e quatro do PAIGC (contando com os dois vice-presidentes, um de cada partido).
"A Comissão Permanente é a representação das bancadas parlamentares das forças mais representadas no Parlamento, isto é, PAIGC e PRS, as nossas substituições fazem-se por presença e nunca é formalizada", afirmou Nhamadjo, respondendo sobre a alegada falta de quórum na reunião.
"Dos 15 membros que compõem a Comissão Permanente estavam nove deputados na sala. Havia quórum suficiente", disse o presidente interino do Parlamento guineense.
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