quinta-feira, 17 de maio de 2012

Gusmão pede aos parceiros internacionais que colaborem com timorenses como iguais



FPA - Lusa

Díli, 17 mai (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste pediu aos parceiros de desenvolvimento, a quem agradeceu o apoio ao longo dos primeiros dez anos do país, para que passem agora a colaborar com os timorenses como iguais.

"Hoje pedimos-vos que continuem do nosso lado. Pedimos-vos que continuem connosco, porém, num tipo de relação diferente. Queremos uma parceria verdadeira: uma parceria em que ambos sejamos iguais", pode ler-se no discurso de Xanana Gusmão, no encerramento da reunião de Timor-Leste com os Parceiros de Desenvolvimento, hoje enviado às redações.

A reunião anual decorreu entre terça e quarta-feira em Díli e reuniu o Governo de Timor-Leste e parceiros internacionais como o Banco Mundial, a União Europeia, Portugal, EUA ou China.

Na cerimónia de encerramento, o primeiro-ministro timorense reconheceu que ao longo dos dez anos desde a independência do país houve "momentos de angústia e de dor", mas os parceiros de desenvolvimento estiveram ao lado dos timorenses.

O chefe do Governo pediu então aos parceiros que no futuro continuem ao lado do país, mas como iguais, e sublinhou que nessa parceria o relacionamento entre ambos irá amadurecer e permitirá "fazer grandes progressos juntos".

"Ao invés de usarmos a assistência de desenvolvimento para dar resposta a emergências, queremos trabalhar lado a lado em programas sustentáveis", disse, exemplificando com áreas como a saúde ou a agricultura.

Na área da Saúde, defendeu que o país deve apostar na saúde preventiva e no desenvolvimento das qualificações dos profissionais de saúde, "ao invés de depender dos parceiros de desenvolvimento para dar resposta a situações de emergência", enquanto na Agricultura deve melhorar as práticas e sistemas agrícolas "ao invés de ficar dependente de fornecimentos urgentes de alimentos por parte de outros países".

Reconhecendo que a assistência que Timor-Leste recebe "é financiada pelos contribuintes" dos parceiros e que, devido à fragilidade da economia global, muitos dos orçamentos nacionais estão "submetidos a uma grande pressão", Xanana Gusmão assumiu a "responsabilidade de garantir que a assistência ao desenvolvimento faz a diferença".

"É retirando pessoas da miséria e da pobreza extrema que podemos afirmar com verdade que os nossos povos atingiram o sucesso", concluiu, apelando por isso aos parceiros presentes na reunião que continuem a trabalhar com Timor-Leste para erradicar a pobreza.

Durante a reunião, a última do género antes das eleições legislativas previstas para 07 de julho, o primeiro-ministro fez um balanço positivo do mandato que está a terminar e definiu algumas prioridades para o futuro.

"Se me perguntarem honestamente qual é o balanço destes cinco anos de governação, não posso deixar de dizer, sinceramente, que é positivo. Neste momento, o nosso grande compromisso para o futuro é o de diminuir a dependência de Timor-Leste das receitas petrolíferas", disse.

Sobre as eleições legislativas, mostrou-se confiante de que irão decorrer de forma pacífica, o que permitirá, "como está previsto", a retirada da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste e das Forças de Estabilização Internacionais até ao final deste ano.

"Isto assinala também o fechar de um capítulo da parceria que temos tido com a Comunidade Internacional", afirmou ainda o primeiro-ministro, avançando com o compromisso timorense de "garantir a estabilidade e segurança interna, assim como com o desenvolvimento nacional".

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Alexandre Gusmão,

A Cooperação Internacional trata os Timorenses como iguais, os Timorenses é que querem continuar como os coitadinhos com a mão estendida.
Quando recebem apoios e esses apoios caem nas mãos de alguns Timorenses, roubam logo que possível e os apoios não chegam aos pobres. Dizem que são os coitadinhos dos Funcionários Publicos que ganham pouco.
Quantos já foram criminalisados por desviar fundos da ajuda internacional??
Chega de os Timorenses serem os coitadinhos e ponham-se a trabalhar, para o bem da vossa nação.

Beijinhos da Querida Lucrécia

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