A polícia espanhola expulsou manifestantes da praça central de Madri. Manifestantes e policiais ficaram feridos. Novas mobilizações foram convocadas.
A polícia espanhola dispersou cerca de 200 pessoas que permaneciam na praça Puerta del Sol, em Madri, na manhã deste domingo (13/5), depois de terminar o prazo imposto pelas autoridades locais para a mobilização. Vários protestos contra a situação econômica do país e as estratégias para enfrentar a crise foram registrados ainda no sábado.
A polícia iniciou a retirada dos "indignados" da Puerta del Sol sete horas depois do limite estabelecido oficialmente para dispersar a manifestação. Muitos participantes da mobilização se retiraram ao perceberem a chegada da polícia, mas houve quem resistisse. A mídia local reporta 17 detidos e quatro pessoas feridas, incluindo dois policiais.
Nas cidades de Valência e Palma de Maiorca, outras desocupações foram realizadas por forças de segurança. Conforme a polícia madrilenha, aproximadamente 30 mil pessoas foram para as ruas da capital espanhola no sábado, dia "oficial" de manifestações do movimento dos "indignados". Cerca de 80 eventos semelhantes foram realizados em diversas regiões da Espanha.
Controle
A mobilização deste final de semana pretende também marcar a criação do Movimento dos Indignados (ou 15-M), que completa um ano no dia 15 de maio. As manifestações do ano passado transformaram-se em semanas de ocupação da praça central de Madri. Um acampamento foi feito no local e organizações civis disponibilizaram serviços básicos para os participantes.
Os manifestantes têm o direito de realizar assembléias em espaço público por um período de 10 horas durante o dia, porém são proibidos de permanecer na praça durante a noite. A porta-voz do governo, Soraya Saenz de Santamaría, disse que seria assegurado o respeito aos horários.
A Espanha passa por uma série de reformas e cortes de gastos públicos para enfrentar a crise da dívida e não seguir os passos de outros parceiros da zona do euro, como Grécia, Irlanda e Portugal, que apelam hoje por empréstimos internacionais.
O país enfrenta o maior índice de desemprego da zona do euro. Conforme dados oficiais do governo, 24,% da população está sem trabalho e, neste grupo, 52% tem entre 18 e 25 anos. O primeiro-ministro Mariano Rajoy, que assumiu o governo em dezembro último, defendeu uma política de austeridade para estabilizar a economia espanhola.
MP/afp/ap/dpa - Revisão: Soraia Vilela
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