JSD - Lusa
Cidade da Praia, 26 mai (Lusa) - O ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde defendeu que os "progressos notáveis" registados pela África correm risco de retrocesso devido à "inoperância da tolerância zero" nas mudanças ilegais da ordem constitucional, casos da Guiné-Bissau e Mali.
Jorge Borges, citado hoje pela Inforpress, falava sexta-feira na cerimónia de abertura das atividades comemorativas do Dia da África e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que se celebra segunda-feira.
"É certo que foram registados progressos notáveis. No entanto, esse balanço é mitigado em matéria de desenvolvimento social e humano, havendo riscos de maiores retrocessos caso persista a inoperância da tolerância zero em relação às mudanças ilegais da ordem constitucional", sublinhou.
Jorge Borges lembrou que as celebrações deste ano acontecem no momento em o continente se debate com problemas que perturbam o Estado de Direito "em alguns países irmãos", que "desafiam a tolerância zero" defendida pela União Africana (UA) e pela CEDEAO e contrariam as aspirações dos africanos na paz, estabilidade, segurança e desenvolvimento sustentável.
"A situação da Guiné-Bissau e do Mali são disso exemplos", frisou o ministro das Relações Exteriores cabo-verdiano.
Apontando os desafios atuais do continente africano, defendendo serem "as novas prioridades", Jorge Borges falou da interligação entre os Estados a vários níveis, da livre circulação de pessoas, da gestão sustentável e responsável dos recursos naturais, da proteção do meio ambiente e da criação de um espaço de comércio fluído.
Desafios que, considerou, "não são fáceis de superar".
Apesar dos períodos de convulsões políticas, guerra e instabilidade, Jorge Borges disse acreditar que há vontades e meios atingir esses objetivos.
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