sexta-feira, 25 de maio de 2012

Militares e polícias portugueses querem "honrar o prestígio de Portugal"



ND - Lusa

Lisboa, 25 mai (Lusa) - Os militares e polícias que hoje partiram de Lisboa para Timor-Leste viajam com tristeza e saudade de quem fica, mas com um sentimento de missão e de dever e com vontade de "honrar o prestígio de Portugal".

Partiram do aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa, com destino a Timor-Leste três grupos das forças de segurança portuguesas: um contingente da GNR composto por quatro elementos com missões especiais, outros 140 militares da GNR e 33 elementos da PSP.

Manuel Carvalho, sargento-ajudante da Guarda Nacional Republicana (GNR), vai pela quarta vez para Díli. No currículo conta já com uma outra missão em Angola. É com um sorriso orgulhoso que conta que a carreira na GNR "é uma coisa de família": o pai é guarda reformado, o irmão está ainda no ativo e o filho, de 23 anos, também já se iniciou na profissão.

"É um sentimento muito forte de tristeza por quem deixamos, mas, por outro lado, é uma opção de vida que nós tomámos: quando o dever nos chama temos de ir", explica.

Duarte Vieira, por seu lado, já esteve duas vezes no Afeganistão, ao serviço do exército, mas começa hoje a sua primeira missão internacional aos comandos da GNR. Não sabe quando volta - "é quando for" -, mas sabe o que o motiva: "Espero conseguir manter o prestígio que temos tido lá fora a cumprir a nossa missão".

Para Silva Sousa, esta missão em Timor-Leste é a primeira no estrangeiro. "Vai correr tudo bem", diz, confiante, com a namorada ao lado. "Inicialmente, sempre que havia criminalidade, nós é que atuávamos. Agora, nós apenas retemos os indivíduos, chamamos a polícia deles e eles é que fazem o expediente normal", explica.

Graça Carvalho, agente da Polícia de Segurança Pública (PSP), é uma das poucas mulheres que integram o contingente português em Díli e é também a primeira vez que integra uma missão internacional.

"Era algo que eu queria fazer desde sempre e agora, com as filhas já mais crescidas, surgiu a oportunidade e eu não quis deixar passar. A expetativa é imensa, vou ter novas experiências profissionais e enriquecer-me como pessoa e como profissional de polícia", conta.

Jorge Barradas, capitão do 13.º contingente especial Bravo, da GNR, explicou que os 140 militares portugueses têm como missão "todo o reforço de patrulhamento, em especial para o momento que se avizinha, que são as eleições legislativas", e também "a formação da polícia nacional de Timor-Leste".

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, esteve junto ao avião da Euroatlantic, um boeing 767-300, fretado pelas Nações Unidas, que partiu hoje de madrugada para Timor-Leste. Cumprimentou um a um os portugueses que embarcaram, mostrando-lhes um "sentimento de orgulho" pelo seu trabalho.

"Estamos a desenvolver um trabalho muito importante de ajuda às forças de segurança em Timor. É consensual que o trabalho que tem sido desenvolvido pela GNR, pela PSP e também pelo SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras] tem sido de grande utilidade e um suporte importante para a construção do Estado timorense", afirmou.

Miguel Macedo admitiu ainda que Portugal "está disposto a colaborar" com as forças de segurança timorenses após a missão internacional da ONU, que termina no final do ano, mas disse que isso dependerá sempre do Estado timorense.

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