quarta-feira, 23 de maio de 2012

Narcotraficantes têm "investido" em força na África Ocidental -- PR de Cabo Verde



CLI – JSD - Lusa

Santa Maria, Cabo Verde, 23 mai (Lusa) - A instabilidade política aliada à vulnerabilidade no domínio da segurança tem permitido "poderosas investidas" dos narcotraficantes e facilitado o terrorismo na África Ocidental, afirmou hoje o presidente de Cabo Verde.

Jorge Carlos Fonseca falava no encerramento de uma conferência internacional "Luta contra o Terrorismo, Problemas e Oportunidades na África e Médio Oriente", que decorreu durante três dias na cidade de Santa Maria, na ilha cabo-verdiana do Sal.

Citando a revista americana Foreign Policy 2010, Jorge Carlos Fonseca lembrou que 12 dos 20 Estados falhados ou em situação de maior instabilidade situam-se no continente africano e que três fazem parte da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

"O nosso país encontra-se situado numa região que tem apresentado um grau relativamente elevado de instabilidade política que, não raras vezes, tem conduzido a conflitos violentos e a êxodos populacionais importantes, o que não tem contribuído para o desenvolvimento socioeconómico no ritmo desejado", lembrou.

Numa alusão aos recentes golpes de Estado no Mali e na Guiné-Bissau, o chefe de Estado cabo-verdiano lembrou que os últimos acontecimentos na África ocidental "atestam essa vulnerabilidade" e evidenciam a "grande responsabilidade" dos Estados na defesa das rotas marítimas do oceano Atlântico, onde a pirataria procura insinuar-se.

"Aproveitando-se de alguma debilidade institucional, o narcotráfico tem feito poderosas investidas na região, situação que tem facilitado a atividade de grupos terroristas em algumas áreas", explicou, defendendo um esforço na formação técnica das diversas instâncias ligadas à criminalidade.

Promovida pela Polícia Judiciária cabo-verdiana, a conferência é realizada conjuntamente com a FBI-AA (FBI Academy Associates) e reúne 150 representantes de polícias de diferentes regiões e países, como África, Médio Oriente e Estados Unidos, para troca de informações e experiências sobre questões policiais relacionadas com o terrorismo.

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