quinta-feira, 17 de maio de 2012

O BOSQUE EM FLOR



Rui Peralta

Teerão via Damasco

         Torna-se por demasiado evidente a fantochada trágica que se desenrola na Síria. Tentar apresentar como combatentes da liberdade os grupos de mercenários, treinados e apoiados no estrangeiro, que conduzem uma violenta e sanguinária tomada de poder é de facto um malabarismo propagandístico á altura das técnicas de propaganda do senhor Goebles, durante a ascensão nazi, ou dos truques de ilusionismo do senhor Estaline, que apagava da Historia quem e o que não lhe interessava que lá estivesse.

Tal como é um autentico espectáculo circense de segunda a hipócrita indignação da euro-nomenklatura, expressa nos palacetes e luxuoso centros de conferencia das ilhotas artificiais dos estados do golfo e nos mais importantes órgãos de comunicação social multinacionais (agora diz-se globalizadores), sobre a forma como os cidadãos sírios morrem a protestar contra a injustiça, escondendo o facto de que estes cidadãos são de facto barbaramente assassinados mas pelos bandos armados dos apelidados “defensores da liberdade e da democracia”.

O modus operandi

         O último referendo, realizado sob a pressão e a ameaça á soberania popular e nacional síria, foi um exemplo de resistência. Milhões de cidadãos sírios referendaram a nova Constituição e legitimaram os esforços de consenso, desafiando o boicote imposto pelos bandos terroristas e pelo imperialismo e seus agentes da Liga Árabe. Este referendo revelou a vontade do povo sírio numa solução pacífica e constitucional, própria de um estado democrático.

         O Conselho Nacional Sírio apoiado pela OTAN e o Exercito Livre Sírio, armado pelos turcos e Estados do Golfo, recusam a solução pacífica indicada pelo povo sírio, tal como rejeitam os apelos para o diálogo e negociações apresentados pela Rússia e China. A OTAN, os sionistas e os autocratas do golfo optaram pela mudança de regime, de forma violenta, imposta que já provocou a morte de milhares de cidadãos sírios.

         As sanções económicas arruínam a economia e desestabilizam a sociedade síria, originando o caos e o empobrecimento, esperando que com as situações criadas por estas medidas o povo sírio baixe os braços e deixe de apoiar o Presidente Assad e o governo legítimo.
        
A Santíssima Trindade

         Armas, treino e dinheiro não faltam neste assalto á soberania nacional e popular da Síria. Com a lição bem ensinada, com sólidas bases teóricas e experimentadas desde a Alemanha nazi e da Rússia estalinista, aos últimos cenários de invasão e encenação no século XXI, passando pela escola de Pinochet e dos regimes militares sul-americanos, a encenação montada para demonizar o Estado Sírio e o seu legítimo governo tem como objectivo impor um regime fantoche, agenciado, que fortaleça o controlo das oligarquias financeiras ocidentais no Médio Oriente.

         Esta enorme e luxuriosa campanha contra o povo Sírio e o Presidente Assad, está inserida na operação de controlo dos movimentos pró democracia e governos independentes, muitas vezes legitimados pela soberania popular, ou dela dependentes, desde a África Ocidental ao Golfo Pérsico. Veja-se o exemplo do Egipto. A resposta da nomenklatura financeira do Ocidente ao movimento democrático e popular que derrubou o regime agenciado de Mubarak foi apoiar a ascensão ao poder da Junta Militar. Perante os movimentos democráticos de massas nos estados autocráticos do Bahrain, EAU, Iémen, Arabia Saudita e Koweit, sócios dos oligarcas ocidentais, a nomenklatura politico-financeira ajuda esses regimes ditatoriais a esmagarem os respectivos levantamentos nacionais.

         A implantação da barbárie, que foi testada no Iraque, destruindo por completo as infraestruturas deste país e levando-o a um recuo da sua capacidade económica nacional sendo o cenário testado na Líbia, através da utilização de bandos mercenários armados e “cirurgicamente” apoiados pela forças da OTAN, destruindo a economia e a sociedade Líbia, mutilando, aprisionando, torturando e eliminando, numa operação sistemática de aniquilação, os apoiantes e menos apoiantes de Kadhafi e os funcionários civis do governo líbio, é o “caminho libertador” que os oligarcas e os sheiks e emires do golfo autocrático deixam aos povos     que se recusam em seguir as ordens dos novos senhores.

         Este é o modelo que a Santíssima Trindade dos autocratas do Golfo, a OTAN e os sionistas querem impor ao povo Sírio. Criar condições para um levantamento dos fundamentalistas islâmicos (a vertente islâmica do fascismo na europa dos anos 30 e 40 do seculo passado) treinados pelos mercenários, financeira e logisticamente suportados pela OTAN e pelas ditaduras do golfo.

Objectivo Teerão

         O objectivo da OTAN é chegar a Teerão, via Damasco. Não porque esse seja o caminho mais curto, mas porque a Síria é o principal aliado do Irão no Médio Oriente. Por isso há que destruir a Síria. Os estados autocráticos do Golfo por sua vez querem instaurar uma ditadura teocrática, dócil ao Ocidente. Os turcos pretendem fazer da Síria um protectorado de Ancara. A Al Qaeda pretende impor um regime teocrático sunita, expulsando os alauitas e os cristãos e dominar os xiitas, Por fim Israel pretende uma Síria dividida e enfraquecida, forma de assegurar o seu domínio na região.

         No curto prazo isolar o Irão e depois de isolado desferir o golpe final e estender a barbárie do petróleo, do gás e das matérias-primas. O Homem, esse alien indígena não pertence a esse mundo…Nem ao outro.

* Ver todos os artigos de Rui Peralta – também em autorias na barra lateral

1 comentário:

Anónimo disse...

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