i online – Lusa, com foto
Portugal é, juntamente com a Grécia, o país onde o risco de pagamento é mais elevado num conjunto de 28 Estados europeus analisados num estudo da Intrum Justitia, divulgado hoje.
De acordo com a consultora sueca, que inquiriu 7.800 empresas europeias, o índice de risco de Portugal subiu de 186 para 190 entre 2011 e 2012, posicionando-se em primeiro lugar a par da Grécia, e bem acima da média europeia, que registou um índice de 170.
Portugal foi também um dos países onde a taxa de incobráveis mais subiu com um agravamento de 13 por cento, sendo que o valor das faturas por pagar atingiu mais de 6 mil milhões de euros, refere o estudo.
Em 2011 a percentagem de incobráveis em Portugal era de 3,2 por cento e subiu em 2012 para 3,6 por cento.
A média europeia de incobráveis situa-se nos 2,8 por cento e o valor atingiu os 340 mil milhões de euros, um montante superior ao resgate de Portugal, Grécia e Irlanda em conjunto.
A Intrum Justitia refere ainda que mais de 80 por cento das empresas portuguesas têm problemas de liquidez devido a atrasos nos pagamentos, segundo o relatório divulgado hoje.
O estudo nota ainda que, perante os atrasos, as empresas estão a reduzir os prazos acordados para os pagamentos - o que poderá exacerbar o problema. Em Portugal, o prazo médio contratado para pagamento reduziu-se de 51 para 50 dias (a média europeia caiu de 36 para 32 dias). O número médio de dias de atraso no pagamento chega aos 40.
"As empresas em toda a Europa estão num ciclo vicioso", afirma Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum Justitia Portugal, num comunicado. "Por um lado tentam pagar as suas faturas o mais tarde possível, e por outro tentam receber o mais cedo possível."
O "European Payment Index" é um inquérito a 7.800 empresas de 28 países europeus sobre hábitos e comportamentos de pagamentos na Europa.
As dificuldades de liquidez sentidas pelas empresas poderão estar a ter reflexos no aumento do incumprimento relativamente ao crédito concedido pela banca.
Segundo dados divulgados esta semana pelo Banco de Portugal, 7,7 por cento dos empréstimos concedidos pela banca a empresas não financeiras eram considerados crédito vencido no final do primeiro trimestre deste ano. Este valor era ainda mais elevado para as pequenas e médias empresas, onde o crédito vencido já chega aos 9,4 por cento.
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