quinta-feira, 17 de maio de 2012

PR Guebuza evoca luta contra colonialismo português no início de presidência aberta



LAS - Lusa

Maputo, 16 mai (Lusa) - O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, evocou hoje uma canção preferida de Samora Machel - "Não vamos esquecer o tempo que passou" - para desferir um forte ataque ao colonialismo português, na abertura da sua presidência aberta em Maputo.

Ao descerrar uma estátua na Matola, arredores de Maputo, do primeiro Presidente de Moçambique, Guebuza alertou para os riscos de se perder a história de um país colonizado, "província de um outro, o que é ser humilhado nos quintais, nas escolas, nas repartições, nos transportes, ser torturado nas prisões e o trabalho forçado nas plantações de cana".

Então, recordou aos presentes a cantiga entoada no período pós-independência de Moçambique por Machel, para entusiasmar o povo nos comícios que realizava.

"É importante que se recordem o que foi o trabalho forcado na construção das linhas férreas do Limpopo, Goba e Ressano e o que era o Ndhindhasse, cilindro de toneladas que era puxado por homens para compactar estradas", disse Guebuza.

"Estas são algumas das razões profundas que obrigaram o povo a pegar em armas e lutar contra o colonialismo português para a conquista da independência nacional. Enganam-se os que pensam que os colonialistas que estavam aqui há 500 anos iam ceder a independência pacificamente", acrescentou.

Esta semana, no parlamento, as bancadas da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) e da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição) envolveram-se numa acesa discussão sobre os 50 anos da fundação do partido do poder, que se comemoram em junho.

A Renamo atacou a história oficial da Frelimo, aludindo a uma rutura entre a fundação do movimento, em 1962, e o Partido Frelimo, que surgiu do seu terceiro congresso em 1977 e criticou os historiadores moçambicanos, acusando-os de "terem medo".

Na resposta, a bancada do Governo defendeu que "a Frelimo de Eduardo Mondlane, de Samora Machel, e de Joaquim Chissano é a mesma que é agora liderada por Armando Guebuza"

A inauguração da estátua a Machel foi o primeiro momento da presidência aberta de Guebuza que decorre até domingo na província de Maputo, tendo sido de seguida inaugurados os novos edifícios das direções provinciais do Plano e Finanças.

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