quinta-feira, 10 de maio de 2012

Quase metade da população são-tomense vive abaixo da linha da pobreza



Jornal Transparência (st) – com foto

Em São Tomé e Príncipe, quase metade da população vive abaixo da linha de pobreza e 10% das pessoas estão subnutridas. As crianças são as maiores vítimas. Começámos pelo dia-a-dia das crianças que vivem ou sobrevivem no orfanato “Casa dos Pequeninos”. Sem condições básicas, estes meninos esperam sem esperança... É uma história chocante que acaba com uma promessa do Padre Domingos, da Santa Casa (português a viver há muitos anos em São Tomé) e nos próximos tempos, oferecer àqueles meninos e meninas dignidade e amor.

Acompanhámos também um importante progresso: numa aldeia são-tomense, a população recebe pela primeira vez água potável num chafariz comunitário! Um “luxo”, que, num país como Portugal, já não damos valor. O projecto “Saúde Para Todos”, financiado pela Cooperação Portuguesa, está a ajudar a assegurar a sustentabilidade ambiental de São Tomé.

O trabalho da AMI em Angolares passa pela difícil missão de ensinar o que comer a quem vive com muito pouco. Como aproveitar os recursos da natureza e retirar o que pode fazer melhor à saúde? Por exemplo, ensinar as mães a dar a alimentação mais adequada aos seus filhos, já que não poderão sonhar, na maior parte dos casos, com peixe ou carne! Para além de não saberem, copiam tradições antigas que são prejudiciais. A má nutrição é uma realidade que tem urgentemente de ser combatida. Os exemplos que conhecemos impressionam e fazem pensar. Histórias de vida que são um apelo!

A ONG Leigos para o Desenvolvimento está a trabalhar junto dos mais velhos, na Região de Água Izé. Numa altura em que mesmo o continente africano está a ter dificuldades em cuidar dos seus idosos, atribuindo-lhes por vezes as causas dos males, entre outras coisas, a justificação para o aparecimento de novas doenças. Este apoio social, que inclui alimentação e actividades contra a exclusão, é um contributo extraordinário para erradicar a pobreza extrema e a fome até 2015 (1º Objectivo de Desenvolvimento do Milénio).

De visita à Cidade das Neves, conhecemos a garra extraordinária da Irmã Lúcia e de todas as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, que a acompanham num trabalho feito de uma dedicação plena ao combate à fome e à pobreza extrema (1º ODM), à promoção do ensino primário (2º ODM) e à redução da mortalidade infantil (4º ODM).


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