SBR - Lusa
Lisboa, 23 mai (Lusa) -- Os responsáveis por violações de direitos humanos cometidas durante a ocupação indonésia de Timor-Leste "continuam por punir", denuncia a Amnistia Internacional (AI) num relatório hoje divulgado.
Apesar das "investigações em curso" sobre os crimes cometidos pelas forças indonésias entre 1975 e 1999, "persiste a impunidade para as violações de direitos humanos", sublinha a organização de defesa dos direitos humanos, no relatório "O Estado do Mundo em 2011".
"As vítimas, suas famílias e organizações não-governamentais continuam a reclamar justiça", mas as autoridades timorenses "optam por continuar a promover a reconciliação com a Indonésia a expensas da justiça", lamenta a Amnistia.
A organização internacional recorda que "se estima que a maioria dos acusados de violações de direitos esteja na Indonésia" e refere mesmo que este acolhimento por parte de Jacarta se estende a condenados efetivos.
A AI recorda que "Timor-Leste concordou em considerar os apelos de cinco Estados para que implemente as recomendações feitas pela Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação [CAVR]", que funcionou entre 2000 e 2005.
A organização de defesa dos direitos humanos refere ainda os registos de "maus tratos" cometidos por polícias e militares timorenses, que asseguram, na totalidade, desde março de 2011, a gestão da segurança no país.
Ao mesmo tempo, alerta a Amnistia, "os níveis de violência doméstica mantêm-se elevados". Registando que houve casos a serem jugados nos tribunais, sublinha que as vítimas continuam a ter um "acesso restrito à justiça".
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