EL – Lusa, ontem
Luanda, 20 jun (Lusa) - O Largo de Maianga, no centro de Luanda, Angola, foi hoje ao meio da manhã palco de uma manifestação não autorizada de ex-militares tendo a polícia efetuado disparos para o ar para dispersar os manifestantes.
Ao fim da manhã um grande número de efetivos policiais e do exército alargou o perímetro de defesa junto das entradas da Cidade Alta, onde se localizam diversos ministérios, designadamente o da Defesa e a Presidência da República.
No Largo da Maianga são visíveis inúmeras pedras espalhadas pelo chão e o dispositivo policial integra brigadas caninas, carros de água blindados.
No início dos incidentes, civis enquadrados pela polícia tentaram cercear o trabalho dos jornalistas no local, tentando inclusive impedir que falassem ao telefone, mas estes casos foram rapidamente ultrapassados, sem apreensões de material.
A Lusa testemunhou noutras zonas da capital, sempre a partir do Largo da Maianga, o desdobramento de efetivos da Polícia de Intervenção Rápida, armada com capacetes, viseiras e bastões, e alguns destes agentes têm granadas de gás lacrimogénio.
A Lusa contactou telefonicamente um dos manifestantes, ex-militar das FAPLA, braço armado do MPLA durante a guerra civil angolana e que solicitou o anonimato, que garantiu que os manifestantes iam tentar novamente aproximar-se do Largo da Maianga, e procurar chegar junto do Ministério da Defesa, para apresentar as suas reivindicações.
A fonte garantiu que não há feridos na sequência da primeira tentativa de aproximação da Cidade Alta, mas que foram efetuados disparos de bala real para ar e arremessadas granadas de gás lacrimogénio para dispersar os manifestantes.
No dia 07 de junho, centenas de ex-militares concentraram-se nas imediações do Ministério da Defesa para exigir a sua integração na Segurança Social, alegando que foram desmobilizados em 1992 e que até agora continuam sem receber qualquer subsídio.
Naquela ocasião, a agência Lusa testemunhou o forte aparato policial e militar que impediu os manifestantes, maioritariamente antigos militares das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA).
Efetivos da Polícia de Intervenção Rápida, e da Policia Militar, veículos blindados com canhões de água, impediram a marcha dos manifestantes, provocando um gigantesco engarrafamento ao cimo da Avenida Primeiro Congresso do MPLA, junto ao Hospital Maria Pia.
A ação de hoje voltou a ser caraterizada por um gigantesco engarrafamento.
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