Moçambique: DESEMPREGO FAZ AUMENTAR QUEIMADAS DESCONTROLADAS

AYAC - Lusa

Chimoio, Moçambique, 05 jun (Lusa) - O alto índice de desemprego tem contribuído para o aumento das queimadas descontroladas na província de Manica, centro de Moçambique, por as populações encontrarem na natureza o único recurso de sobrevivência, disse hoje fonte oficial.

Natércia Nhabanga, diretora provincial de Coordenação da Ação Ambiental de Manica, disse que várias iniciativas, que incluem criação de ratazanas, estão em curso para reduzir os índices de queimadas descontroladas, que também têm causado muitas vítimas e aumentado o conflito homem-fauna bravia.

A caça de ratazana através de fogo é uma das principais causas de queimadas descontroladas em vários distritos do país, situação que desaloja centenas de famílias e destrói maior proporção de coutadas oficiais, milhares de hectares de floresta, quintas, celeiros e residências.

Estatísticas governamentais indicam que, durante 2011, 185.665 hectares de terra, quase toda arável, sofreram queimadas descontroladas, quase o triplo da área queimada em 2010 (68.070 hectares). O número de incêndios ativos subiu de 5.950 em 2010 para 16.229 em 2011, ou seja, os focos alastraram para mais distritos.

"A redução da taxa de desemprego reduz as queimadas descontroladas porque as pessoas podem trocar a ratazana (caçada com queimadas) por peixe dos rios ou frango criado nas comunidades" disse um popular, Artur Macadza, durante uma cerimónia de celebração, hoje, do dia do ambiente.

Segundo Natércia Nhabanga, "o Fundo de Apoio Ambiental vai alocar aos distritos verbas para projetos ambientais, como criação de ratazana e distribuição de 100 colmeias melhoradas, para atacar umas das principais razões das queimadas".

Numa fase piloto, o fundo vai financiar projetos nos distritos de Macossa, Tambara e Guro (norte), Manica, Sussundenga e Gondola (centro) e Machaze (sul), para reduzir queimadas descontroladas, poluição de rios, correção de erosão e reflorestamento comunitário.

O dia do ambiente é celebrado este ano sob o lema: Economia verde rumo ao desenvolvimento sustentável, que sugere combater a pobreza olhando para questões ambientais.

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