Um estudo divulgado esta quinta-feira conclui que 30% dos professores enfrentam um esgotamento, associado a elevados níveis de ansiedade e depressão, mas são poucos os que recorrem a ajuda de profissionais de saúde mental.
Segundo o estudo, desenvolvido por Ivone Patrão e Joana Santos Rita, investigadoras do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), são os docentes mais velhos, efetivos e com mais anos de experiência quem apresenta níveis superiores de esgotamento.
Os professores do ensino primário apresentam valores superiores nos níveis de stress, exaustão emocional e maior falta de reconhecimento profissional.
Os valores mais elevados de esgotamento são apresentados pelos professores do sexo feminino.
A investigação começou em 2009 e ainda decorre, mas já há dados de uma amostra de 800 professores do 1º até o 12º ano em todo o país.
O estudo demonstra ainda que também os professores que têm alunos com necessidades educativas especiais apresentam valores mais elevados de ansiedade, esgotamento e preocupações profissionais.
Já os professores com elevada autoeficácia apresentam baixos níveis de esgotamento.
Os dados alertam para a influência dos professores que revelam elevados níveis de esgotamento como estímulo negativo para os pares, bem como para o facto de, geralmente, poucos professores recorrerem a ajuda de profissionais de saúde mental.
Os professores com níveis elevados de esgotamento apresentam baixos níveis de satisfação no trabalho, nomeadamente em escolas públicas.
Este e outros temas estão em debate, entre hoje e sábado, no ISPA, em Lisboa, no 12º Colóquio Internacional de Psicologia e Educação, subordinado ao tema "Educação, Aprendizagem e Desenvolvimento: Olhares Contemporâneos através da Investigação e da Prática".
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