quarta-feira, 4 de julho de 2012

Governo reassume importação dos produtos essenciais para travar contestação popular



MYB - Lusa

São Tomé, 03 jul (Lusa) - O Governo são-tomense vai assumir a importação dos produtos essenciais de primeira necessidade, tais como o açúcar, arroz, feijão, sal, sabão ou óleo alimentar, para vender em "lojas do povo", anunciou hoje o primeiro-ministro Patrice Trovoada.

Trovoada, que falava em entrevista conjunta à rádio e televisão públicas do arquipélago, garantiu que a decisão já foi discutida em Conselho de Ministros e os produtos serão vendidos nas chamadas "lojas do povo".

"Nós tivemos um debate (sobre o assunto) a nível do Governo. Vamos fazer a loja do povo e vamos importar o açúcar, arroz, feijão, sal, sabão, óleo alimentar, o Governo vai assumir a importação desses produtos", garantiu Patrice Trovoada.

Em 1986, o Estado são-tomense adotou a política de liberalização dos preços e o Governo deixou de importar mercadorias, particularmente géneros de primeira necessidade.

Nos últimos meses, a importação tem sido muito irregular, notando-se roturas constantes e prolongadas de bens essenciais, particularmente o arroz, cujo preço aumentou nos últimos meses de 14 mil dobras (60 cêntimos do euro) para 40 mil dobras (cerca de dois euros).

Patrice Trovoada disse acreditar que a decisão do executivo de assumir a importação de produtos alimentares e outros vai provocar também a contestação, sobretudo dos comerciantes, mas defendeu que "se é a questão do arroz que vai provocar a instabilidade no país, então o Governo tem que tomar em consideração essa questão como sendo fundamental".

A subida do preço dos produtos de primeira necessidade está a aumentar a contestação interna, estando já em preparação uma primeira manifestação por parte dos partidos da oposição contra o Governo de Patrice Trovoada.

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