sábado, 21 de julho de 2012

MATAN RUAK FALTA À PALAVRA E ABANDONA TIMOR EM FASE DE “FERRO E FOGO”



António Veríssimo

Admitindo que as situações apontadas carecem de mais e melhores esclarecimentos – que para o PG têm sido difíceis de conseguir – ficamos a aguardar que isso mesmo seja ponto de honra de Taur Matan Ruak quando regressar ao país e voltar a falar com os timorenses…

Apesar das manifestações de violência registadas em Timor-Leste, quer na capital, em Díli, quer em outras pequenas cidades e vilarejos, o atual e recém eleito presidente da República, Taur Matan Ruak, decidiu sair do país e participar na Cimeira da CPLP que ontem terminou em Maputo. Fontes do PG haviam referido ainda antes de eclodirem os distúrbiops em Díli que Matan Ruak tinha solicitado a José Ramos Horta, ex-presidente da República, que o representasse e a Timor-Leste na referida cimeira.

Recorde-se que o recem PR declarou após ter sido eleito que iria estar um ano sem sair do país para o exterior para se dedicar ao trabalho para que foi eleito. Por tudo isso não deixou de ser estranho que Taur Matan Ruak tivesse optado por comparecer na Cimeira da CPLP em Maputo apesar de Timor-Leste correr o risco de prolongar e agravar o estado de “ferro e fogo” que se manteve durante alguns dias.

Que Taur Matan Ruak se ausentasse do país num momento crucial e rompendo suas declarações e promessa já aqui fizemos referência de modo incisivo mas breve. Taur faltou à palavra dada e, pelo que sabemos, nem sequer se dignou dar uma explicação plausível. Esqueceu o que disse apenas há umas escassas semanas atrás?

Não sendo Ramos Horta, ex-PR e figura de crédito, o seu representante na Cimeira da CPLP em Maputo até La Sama Araújo, na qualidade de anterior presidente do Parlamento, o poderia representar com absoluta capacidade e validade.

Acontece que, ainda mais grave, na sua ausência foi ordenado pelo primeiro-ministro cessante mas em exercício e futuro primeiro-ministro do próximo governo CNRT-PD-FRENTE, que os militares avançassem e controlassem os distúrbios existente no país. Digamos que sem ser declarado a situação foi semelhante a atitude tomada pela declaração de Estado de Sítio, de Emergência, ou o que lhe queiram chamar dentro deste âmbito.

A chamada de militares ao controle da população civil foi da responsabilidade do PM Gusmão, também ministro da Defesa, o que constitucionalmente não está previsto e acarreta uma violação ao texto e preceitos constitucionais. Isto porque quem é o comandante em chefe do setor militar é o presidente da República, Taur Matan Ruak. Estranho modo de o novo PR se deixar ultrapassar por Xanana Gusmão, ao que se sabe de forma ilegal.

Evidentemente que não temos conhecimento que tenha sido o PR Matan Ruak a ordenar aos militares para avançarem. Nem nós nem ninguém. Daí o pressuposto de que a iniciativa foi do PM e ministro da Defesa, Segurança Interna e etc., Xanana Gusmão.

Na ótica de quem observa e de muitos dos timorenses por nós contactados a saída para o exterior do recém eleito PR em momento tão periclitante da democracia e da vida dos timorenses está sendo alvo de críticas que reprovam o comportamento de Taur. Como foi dito: "Taur faltou à palavra e abandonou o povo às mãos de outros sem estar presente para supervisionar as suas decisões e comportamentos. Isso era impensável ainda há algumas semanas atrás.”

Admitindo que as situações apontadas carecem de melhores esclarecimentos – para o PG difíceis de conseguir – ficamos a aguardar que isso mesmo seja ponto de honra de Taur Matan Ruak quando regressar ao país e voltar a falar com os timorenses…


PALÁCIO DE LAHANE INDIGNO PARA TAUR MATAN RUAK

Não. Não se trata de perseguir (mas esperança que não se deslumbre com o cargo) o novel PR de Timor-Leste. O que parece mais que provado é que também com Taur o adágio malae “pela boca morre o peixe” se aplica, contrariamente ao que em aparência parecia sobressair neste candidato de Xanana Gusmão, vencedor das eleições presidenciais.

Segundo afirmaram apoiantes próximos de Taur “ele é tão simples e honesto que nem quer ficar no Palácio de Lahane”, casa oficial da presidência – que Horta dispensou por ser pró-naturista e preferir a sua casa de sempre construída com produtos naturais num misto de ancestral tradição timorense adaptada a algum conforto deste século.

Ora, afinal, sabe-se agora que Taur dizia que não ficava em Lahane porque tinha a sua bem fisgada. Quer uma residência presidencial construída de raiz porque o Palácio de Lahane não tem a dignidade que lhe corresponde nem ao cargo que desempenha, de suposto mais alto magistrado da nação timorense.

Sabemos que o Palácio de Lahane, onde habitaram os governadores coloniais, foi totalmente remodelado, é uma residência moderna e cheia de luxos “asiáticos”, que tem perfeitas condições de habitabilidade e dignidade para ser residência oficial de qualquer presidente da República. Mas não. Para Taur não tem dignidade. Por isso, especialistas das contas de somar para eles e de sumir para o povinho, estão a proceder a engenharias financeiras de modo a encontrar as verbas para construir uma digna residência oficial para o novel PR.

Indignemo-nos com esta tão evidente falta de dignidade demonstrada pelos políticos que se iniciam pobres ou remediados e como que por milagre rapidamente enriquecem. Isto para não falar da soberba que os invade e os decompõem enquanto seres humanos dignos.

9 comentários:

Anónimo disse...

Essas promessas que ele fez foi, ou um mal aconselhado ou típico de um noviço. Penso que é o último pois a volta dele estão noviços a serem os seus conselheiros.

Anónimo disse...

Caro António Verissimo,

Desculpe discordar, mas Timor não estava a Ferro e Fogo, no Domingo à noite houve alguns disturbios, fomentados por interesses de alguém.
Talvez a própria UN que não quer ir embora no final do ano ou aqueles que têm vindo a encher os bolsos com a UN.
Em Dili houve umas pedradas e pouco mais, Timor não é só Dili, nos Distritos tudo sempre esteve calmo, para além da vandalização de algumas casas de membros do CNRT.
É importante parar de lançar boatos e rumores.

Beijinhos da Querida Lucrécia

Anónimo disse...

TMR foi à conf CPLP é criticado, se não fosse também era criticado. Então em que ficamos? O problema de muita gente é que, estando fora de Timor, não percebe patavina do que se passa no território. E depois é só mandar bitaites porque tem "umas" fontes bem seguras e só empolam ainda mais a situação de guerra.

Os media em geral exageram muito e basta um carro levar uma pedrada e dizem que a violência voltou. Meus caros, pedradas é muito comum em Timor, portanto controlem-se nos comentários e não fomentem mais a violência.

Anónimo disse...

O problema não está em ter ido ou não à conferência ou não, mas sim ter mentido ao povo.
"Os desafios que o país enfrenta exigem o meu acompanhamento e dedicação exclusiva durante o primeiro ano do meu mandato. Assim, decidi que até Maio do próximo ano, não farei qualquer deslocação ou visita ao estrangeiro", disse o Presidente timorense.Estas foram as palavras dele e por isso mentiu mesmo.
A morte de um homem assassinado por um membro da polícia nesta onda de violência é também normal em TL?Encobrir a violência ou justifica-la é inaceitavel.
Ninguém fala da nova casa de Taur a ser construida com o dinheiro do estado? Se calhar não interessa.
Taur mentiu,que mais mentiu ao povo timorense?
Vocês é que não percebem patavina do que é a democracia e mandam uns bitaites a justificar o que se passa no territorio.
Taur vai ser outro que vai trair o povo que acreditou nele.

Anónimo disse...

Ha gente que critica tudo tenha ou nao razao. E este Senhor Antonio Verissimo e um deles.

Anónimo disse...

Caro António Verissimo,

Ao General Taur Matan Ruak, queimaram-lhe a casa, ele pretende construir uma casa nas montanhas de Dili, por cima do Restaurante Ponto de Encontro.
Casa paga pelo governo à qual tem direito, como o Sr. Mari Alkatiri está a construir nas traseiras da Escola Internacional.
O que a Lucrécia não gosta é de se construir uma casa, em zona de derrocadas e que deveria ser zona de Protecção e Reserva Natural.
Se os grandes constroem casas nas encostas, como proibir os pequeninos de o fazer??
Caro Taur a Lucrécia só lhe pode dar os parabéns, o local tem uma vista para Atauro espectacular.

Beijinhos da Querida Lucrécia

Anónimo disse...

Zizi,o parlamento sem a participação da fretilin,certamente que iremos as novas eleições e o CNRT ganhará a maioria absoluta,disto,podes ter a certeza absoluta.O teu patrão Mari que não brinque com o fogo.

Anónimo disse...

Oh Dona Pedruco,

Timor Leste é um país democrático, se a Fretilin sair de cena, não poderá concorrer a futuras eleições e assim o CNRT terá maioria absoluta.
Por favor não brinquem aos governos, o povo de Timor não lutou pela independência para isso.
Timor quer paz e estabilidade, não precisa de criançadas.

Beijinhos da Querida Lucrécia

Anónimo disse...

“...não poderá concorrer a futuras eleições e assim o CNRT terá maioria absoluta.”

Com cada que da Tia Lucrécia é de admirar. Onde é que se diz que a FRETILIN ao saír da cesa, não poderá concorrer a futura eleições? Com cada criançada que sai desta...

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