quinta-feira, 12 de julho de 2012

Portugal: Adesão à greve dos médicos reforçada no segundo dia, dizem sindicatos




Andrea Cunha Freitas, Mariana Oliveira - Público

 Organizações enviam carta ao ministro

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, diz que esta quinta-feira, no segundo dia de greve, a adesão ao protesto está a superar os números de ontem, que ultrapassaram os 90%.

Também o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Sérgio Esperança, refere um aumento da adesão dos médicos que dão consultas nos hospitais, admitindo, contudo, que a subida é marginal face aos números esmagadores de ontem.

Sérgio Esperança adianta que os sindicatos acordaram remeter, até à hora de almoço, uma carta ao ministro da Saúde, a manifestar a disponibilidade para reunir já amanhã com representantes do ministério e reiniciar o processo negocial. Até ao momento o Ministério da Saúde não fez qualquer comentário à greve dos médicos, apesar do ministro Paulo Macedo ter reafirmado ontem no Parlamento a disponibilidade para dialogar com os clínicos.

“Até às 11h recebemos a chamada de três colegas que telefonaram para o sindicato a perguntar se podiam fazer greve hoje apesar de não terem feito ontem”, exemplifica Roque da Cunha. E acrescenta: “Está-se a registar um fenómeno de arrastamento, que resulta de uma maior consciência do que está em causa”.

A esmagadora maioria das unidades de saúde está a funcionar apenas com os serviços mínimos, repetindo-se hoje o encerramento dos blocos operatórios em hospitais como o de Santa Maria, São José ou Amadora-Sintra. “Na zona Centro, as unidades de saúde familiares continuam fechadas e os centros de saúde estão com adesões entre os 95% e os 100%”, exemplifica Sérgio Esperança.

No Centro Hospitalar do Porto as cirurgias programadas foram canceladas esta quinta-feira, à semelhança do que se passou ontem, havendo uma diminuição do número de médicos a dar consultas: ontem funcionaram 27 dos 89 gabinetes, hoje apenas 24.

As duas instituições representativas dos médicos reagem de forma diferente à possibilidade de uma greve conjunta dos vários sectores da saúde, uma ideia lançada ontem pelo secretário-geral do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), José Carlos Martins, da comissão executiva da CGTP. “Apelos a uma actuação sinérgica no futuro imediato só poderão ter do Sindicato Independente dos Médicos uma resposta: NÃO, obrigado”, reage o SIM numa nota na sua página da Internet. Roque da Cunha acrescenta: “Não fazemos greves políticas”. Já a FNAM não rejeita de imediato a ideia, apesar de Sérgio Esperança insistir que “não há na mesa nenhuma proposta nem nenhuma negociação”.

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