terça-feira, 11 de setembro de 2012

11 de Setembro: 11 anos depois ainda se morre por causa do ataque às Torres Gémeas

 
Nova Iorque vai assinalar o 11 º aniversário do ataque ao World Trade Center com várias cerimónias

Vera Quintas – Jornal de Notícias - foto Gary Hershorn/REUTERS
 
O 11.º aniversário do ataque às Torres Gémeas, nos EUA, fica marcado pela preocupação com a saúde dos trabalhadores que atenderam à emergência no local e que ainda hoje sofrem de complicações. A juntar ao crescente número de mortes, as obras no local estão atrasadas, havendo contendas entre várias entidades.
 
Os ataques do 11 de setembro fazem, precisamente, 11 anos, e mais de uma década depois, além da reconstrução do local ainda não estar terminada e de haver contendas com dinheiro, o número de mortes continua a aumentar. Os trabalhadores que estavam no local da tragédia foram afetados por substâncias cancerígenas provenientes dos detritos, que lhes têm trazido complicações de saúde ao longo destes anos.
 
Nos últimos dois meses, três polícias de Nova Iorque, dois bombeiros e um trabalhador da construção civil que trabalharam no Ground Zero faleceram de cancro ou doenças respiratórias.
 
Ainda na semana passada, o departamento de bombeiros de Nova Iorque acrescentou nove nomes a um mural que honra os que sofreram de doenças relacionadas com os trabalhos de salvamento e recuperação no Ground Zero.
 
No mural já constavam os nomes de 55 bombeiros, e estima-se que o número de mortes de trabalhadores de outras entidades ascenda a mais de 1000.
 
A nível nacional, estão a ser tratados pelo menos 20 mil trabalhadores, e 40 mil estão a ser monitorizados pelo Programa de Saúde do World Trade Center. "Isto é uma epidemia contínua" afirma Nancy Carbone, diretora executiva da associação Amigos dos Bombeiros, citada pela Reuters.
 
Leslie Haskins perdeu o marido no 11 de setembro e é uma das vozes que defende que se deve dar mais atenção aos problemas de saúde dos trabalhadores, pois está desiludida com as políticas de reconstrução do local. "[Os trabalhadores] estão doentes e a morrer e os seus casamentos estão-se a romper. Porque é que estamos a pôr este dinheiro todo em edifícios quando há pessoas que não têm cobertura no seguro que lhes permita comprar aparelhos para respirar", diz Haskins.
 
Também o antigo chefe do batalhão de bombeiros de Nova Iorque, Jim Riches, questiona a demora na reconstrução do Ground Zero. "Podemos mandar homens para a Lua mas não conseguimos reconstruir alguns edifícios em mais de dez anos?".
 
Uma das grandes questões é o museu no local, cuja construção foi suspensa por causa de disputas financeiras entre a fundação Museu e Memorial Nacional do 11 de Setembro e a autoridade dos Portos de Nova Iorque e Nova Jérsia. A fundação acusa a autoridade portuária de lhe estar a dever cerca de 110 milhões de euros. Os custos de reconstrução passaram de oito mil milhões de euros em 2008 para 11 mil milhões, de acordo com uma auditoria recente.
 
Contudo, até agora já foi aberto o memorial do 11 de Setembro, visitado por mais de quatro milhões de pessoas, e o One World Trade Center encontra-se quase completo, com a abertura prevista para 2014.
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana