sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Guiné-Bissau: GOVERNO FANTOCHE REJEITADO NA ASSEMBLEIA-GERAL DA ONU




Guiné-Bissau representada na Assembleia Geral pelo Presidente deposto - CPLP

28 de Setembro de 2012, 04:44

Nações Unidas, Nova Iorque, 25 set (Lusa) - A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) afirmou que serão as autoridades depostas na Guiné-Bissau a dirigir-se à Assembleia Geral da ONU, impondo-se à tentativa do governo "de facto" de discursar e legitimar-se internacionalmente.

Murade Murargy, secretário executivo da CPLP, disse à agência Lusa que será Raimundo Pereira, Presidente deposto no golpe de estado militar de 12 de abril, a falar na tarde de sexta-feira na Assembleia Geral, em vez do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, também ele derrubado pelo golpe, como estava inicialmente previsto.

Contactada pela Lusa, a delegação do presidente de transição, Serifo Nhamadjo, que tinha apresentado recursos ao comité de credenciais da ONU, não respondeu em tempo útil.

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Inflexibilidade da CEDEAO torna acordo com CPLP difícil -- secretário executivo

28 de Setembro de 2012, 07:19

Nações Unidas, Nova Iorque, 27 set (Lusa) - O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa afirmou hoje que a posição da comunidade da África Ocidental (CEDEAO) de que o golpe de Estado na Guiné-Bissau é "irreversível" dificulta um acordo entre as duas organizações.

Murade Murargy falava à Lusa em Nova Iorque após uma reunião da Comissão de Consolidação da Paz para a Guiné-Bissau, organismo ao nível da ONU presidido pelo Brasil, que "não foi conclusiva", mas é mais um passo para uma "plataforma de entendimento e diálogo entre CPLP e CEDEAO".

"A CEDEAO mantém as suas posições de que situação de facto [na Guiné-Bissau] é irreversível. Torna-se difícil encontrar um caminho rapidamente. Vamos ter de verificar a situação no terreno", disse.

Esta verificação pode envolver o envio de uma missão da CPLP para o terreno, com acordo de ambas as partes, adiantou.

"Falta saber quem compõ a missão e quais os termos de referência", adiantou à Lusa o secretário executivo da CPLP, que está em Nova Iorque acompanhado pelo seu antecessor, Domingos Simões Pereira.

Os contactos prosseguem na sexta-feira, numa reunião CPLP-CEDEAO em que estarão presentes também responsáveis da União Africana, União Europeia e Nações Unidas.

Os contactos em Nova Iorque seguiram-se ao Conselho de Ministros extraordinário da CPLP, na segunda-feira e à margem da abertura do debate da Assembleia Geral, em que foi decidido tentar um acordo com a CEDEAO.

O objetivo inicial era que o plano de ação fosse submetido ao longo desta semana aos ministros dos países membros da CPLP e CEDEAO, mas Murargy disse que "a maior parte dos ministros" já não está no debate anual da Assembleia Geral, Portugal está ausente, e que "o que é importante é que haja uma plataforma" de trabalho.

O objetivo da reunião é identificar "pontos de estrangulamento e pontos de convergência com vista a que se encontre uma solução rápida para Guiné-Bissau", disse à Lusa Murargy.

"Para a CPLP, é fundamental que haja uma força internacional, não só da CEDEAO, que tem de haver eleições livres e supervisionadas internacionalmente e que haja um compromisso do roteiro sobre reforma das Forças Armadas e Segurança", disse.

Sobre a retoma das eleições interrompidas pelo golpe de Estado de abril, uma exigência que a CPLP tem apresentado, recusando-se a reconhecer o governo saído do golpe, afirmou que "é um caso a repensar".

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*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG

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