terça-feira, 18 de setembro de 2012

Guiné-Bissau: SEGURANÇA E ESTABILIDADE, ANO LETIVO COMEÇOU SÓ NO PRIVADO

 


Colóquio sobre segurança e estabilidade assinala dia da independência
 
17 de Setembro de 2012, 15:17
 
Bissau, 17 set (Lusa) - A segurança e a estabilidade na Guiné-Bissau vão juntar no sábado políticos, académicos e miliares em Bissau, num colóquio organizado para assinalar os 39 anos da independência do país.
 
A Guiné-Bissau proclamou unilateralmente a independência de Portugal a 24 de setembro de 1973, faz na próxima semana 39 anos.
 
A data, feriado, será assinalada em Bissau com várias iniciativas, nomeadamente uma parada militar, e já no próximo sábado o colóquio junta elementos do governo de transição, o Presidente da República de Transição e académicos, de acordo com Bacar Camará, o promotor da iniciativa.
 
Além de Serifo Nhamadjo, Presidente de transição, deverão participar, entre outros, Daba Na Walna, professor e o militar que foi porta-voz do comando que fez golpe de Estado na Guiné-Bissau a 12 de abril passado, Fernando Vaz, ministro da Presidência e porta-voz do Governo de transição, e Hermínio Joaquim de Matos, professor do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, de Lisboa.
 
Os dirigentes dos principais partidos e a sociedade civil também estão convidados, disse Bacar Camará à Lusa, também ele licenciado pelo instituto lisboeta. "Não excluímos nenhuma formação política porque caso contrário não seria um colóquio nacional mas sim uma reunião partidária", salientou.
 
Vão debater-se as dinâmicas migratórias, o impacto da comunicação social no processo de consolidação da paz e democracia na Guiné-Bissau, e a segurança nos dias de hoje "mas sempre a pensar na paz e estabilidade, rumo ao desenvolvimento", explicou.
 
"Precisamos de falar abertamente, não adiar soluções nem problemas e o colóquio faz parte disto, disse o responsável, explicando que a iniciativa já tinha estado agendada para março passado, pelo que está em preparação "há quase um ano".
 
De acordo com o programa, o colóquio destina-se a "provocar um debate nacional" que leve a um "pacto nacional de estabilidade para o desenvolvimento", criar condições para executar reformas vitais para o funcionamento regular das instituições, e promover o sentimento de segurança e cultura de paz, permitindo o investimento estrangeiro.
 
Bacar Camará lembrou que o mês de setembro "toca muito aos guineenses", porque é o mês da independência, mas também em que nasceu Amílcar Cabral, o fundador do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), partido que também foi criado em setembro.
 
Para assinalar a data da independência, devia realizar-se também uma conferência sobre a diáspora guineense, mas que foi adiada para outubro. A conferência já tinha sido agendada para janeiro passado, mas acabou por não se realizar devido à morte do Presidente da República, Malam Bacai Sanhá.
 
A morte do Presidente eleito levou a eleições presidenciais antecipadas, tendo Raimundo Pereira, presidente da Assembleia Nacional, assumido a Presidência, de acordo com a lei. O primeiro-ministro eleito, Carlos Gomes Júnior, e o líder da oposição, Kumba Ialá, deviam disputar a segunda volta mas o golpe de Estado de 12 de abril interrompeu o processo.
 
Um Governo de transição dirige o país, mas o mesmo não é reconhecido por grande parte da comunidade internacional.
 
FP.
 
Ano letivo começou no ensino privado, greve no público
 
17 de Setembro de 2012, 17:15
 
Bissau, 17 set (Lusa) - O ano letivo 2012/13 começou hoje nas escolas privadas da Guiné-Bissau mas no ensino público os professores iniciaram uma greve exigindo o pagamento de salários em atraso.
 
Numa ronda feita por alguns estabelecimentos de ensino em Bissau, a Agência Lusa constatou na manhã de hoje que as aulas tinham começado em escolas privadas mas em nenhuma das escolas públicas visitadas havia aulas.
 
O secretário de Estado do Ensino do governo de transição, Salvador Tchongo, garantiu, também hoje, que o governo vai liquidar todos os atrasos salariais com a classe docente.
 
Citado pela rádio SolMansi, o governante falava na cerimónia de encerramento do ano letivo 2011/12 e abertura do ano letivo 2012/13, para o governo de transição o "ano de reposição da tranquilidade no sistema educativo guineense".
 
Na semana passada os sindicatos do setor da Educação da Guiné-Bissau entregaram ao governo de transição um pré-aviso de greve de 60 dias, a começar hoje e a terminar a 07 de dezembro.
 
Luís Nancassa, presidente do Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF), disse na altura à Agência Lusa que o pré-aviso de greve vem na sequência de um caderno reivindicativo entregue dia 06 no Ministério da Educação e que não teve resposta.
 
O sindicalista lembrou que há dívidas aos professores que já vêm do anterior governo. "O governo saído do golpe de Estado (12 de abril) herdou as dívidas" e comprometeu-se "em liquidar todas as dívidas até ao fim do ano letivo, como condição para um bom início do ano letivo 2012-13, o que não veio a acontecer", disse Luís Nancassa.
 
FP.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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