APN – Lusa, com
foto de Estela Silva/Lusa
Lisboa, 25 set
(Lusa) - A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) acusou hoje o
Ministério da Educação de gastar 61 mil euros, por ajuste direto, num parecer
jurídico para justificar por que não paga compensações por caducidade de
contrato aos docentes.
Em comunicado, a
Fenprof divulgou a folha de rosto do parecer que a tutela solicitou em março à
empresa Sérvulo & Associados e pelo qual pagou 61 mil euros, por ajuste
direto, e que o ministro Nuno Crato afirmou desconhecer numa reunião mantida
com aquela organização sindical, na sexta-feira passada.
O ministro terá
mesmo dito à delegação da Fenprof que, se a organização conhecesse tal parecer,
devia mostrá-lo ao Ministério, argumentando que a tutela tem os seus próprios
serviços jurídicos e não precisa de recorrer a pareceres externos.
A Fenprof
acrescenta um ofício, assinado por Nuno Crato, enviado também em abril ao
provedor de Justiça, em que o ministro afirma que, face à recomendação do
provedor no sentido de serem pagas as compensações por caducidade de contratos
aos professores, pediu "um parecer jurídico a uma conceituada sociedade de
advogados sobre o regime aplicável à cessação, por caducidade, de contratos a
termo em funções públicas".
Nesse ofício,
cita-se o parecer da sociedade de advogados, segundo o qual não há
"qualquer situação de incerteza por parte do trabalhador quanto ao momento
de cessação do seu vínculo laboral", pelo que "inexiste fundamento
para o pagamento de compensação".
No documento
assinado por Nuno Crato salienta-se que esse parecer está "em conformidade
com a posição assumida por este ministério".
A Fenprof lembra
que foram proferidos em tribunal "48 acórdãos" que condenam o
ministério a pagar as compensações, para além da recomendação do provedor de
Justiça e da posição manifestada pelo procurador-geral da República.
"Apesar do seu
isolamento, o Ministério continua a proibir as escolas de pagarem o que é
devido aos professores cujos contratos caducam e que requerem a correspondente
cpmensação, o que, nos termos da lei nem seria necessário", refere aquela
organização sindical.
A Fenprof afirma
que vai pedir "uma reunião à Presidência da República, designadamente à
àrea que acompanha a Educação, por considerar ser competência da Presidência
impor ao governo o respeito pelas leis da República".
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