Missão de patrulha
da Greenpeace denuncia "saque" de espécies marinhas no Oceano Índico
24 de Setembro de
2012, 13:28
Maputo, 24 set
(Lusa) - A Greenpeace denunciou a existência de barcos de pescas que
supostamente estão a "saquear" peixe, atum, tubarão e outras espécies
marinhas no Oceano Índico.
"Os barcos
estão a saquear peixe no Oceano Índico, privando os países costeiros da receita
que muita falta faz", disse a ativista da Greenpeace International, Paloma
Colmenarejo.
Uma equipa composta
por membros da organização internacional para a defesa do meio ambiente e
desenvolvimento sustentável e inspetores do Ministério das Pescas de Moçambique
terminou no domingo uma ação de vigilância no Oceano Índico e nas águas
territoriais moçambicanas.
A missão, que arrancou
a 06 de setembro, contou com um barco da Greenpeace International batizado
"Rainbow Warrior", integrando 28 tripulantes, que representavam 18
países, incluindo Moçambique.
Falando aos
jornalistas, Paloma Colmenarejo defendeu a necessidade de "um controlo e
fiscalização adequada" para "travar os barcos que continuam a
infringir as leis" nas águas do Índico.
"A pesca
ilegal é um grave problema nas águas dos países costeiros que se debatem com
uma capacidade limitada de monitorar as embarcações pesqueiras. Os nossos
oceanos, que constituem a fonte de emprego e de alimentos para biliões de
pessoas, carecem de um controlo e fiscalização adequada", disse a ativista
da Greenpeace, organização que possui representações em 40 países.
As ações de
patrulha foram auxiliadas por um helicóptero a bordo do Rainbow Warrior, que
permitiu cobrir uma extensa área das operações, incluindo a inspeção de barcos
estrangeiros, a maioria dos quais que se dedica à pesca de atum e do tubarão.
João Senete, da
Direção Nacional de Inspeção do Ministério das Pescas, que também participou na
missão, explicou que a iniciativa resulta de um memorando de entendimento
assinado entre o governo de Maputo e a Greenpeace.
A Rainbow Warrior
cobriu uma área de 133.500 quilómetros quadrados, desde a Ponta do Ouro,
extremo sul da província de Maputo até ao rio Save no centro de Moçambique,
tendo inspecionado quatro barcos de pesca estrangeiros, dos quais três
japoneses e um espanhol, explicou Colmenarejo.
A área fiscalizada
corresponde a 33 por cento das águas territoriais de Moçambique, estimadas em
cerca de 400 mil quilómetros quadrados.
MMT.
Disponibilidade
para partilhar experiência de recursos naturais -- Alkatiri
24 de Setembro de
2012, 14:53
Luís Andrade de Sá
(Texto) e António Silva (Fotos), enviados da Agência Lusa
Pemba, Moçambique,
24 set (Lusa) - O secretário-geral da Fretilin (oposição timorense), Mari
Alkatiri, disse hoje à Lusa estar disponível para partilhar com Moçambique a
experiência de Timor-Leste de exploração dos recursos naturais, que classificou
de "exemplar".
"Estamos
dispostos a partilhar essa experiência que é considerada exemplar por vários
setores internacionais, apesar do que aconteceu nos últimos cinco anos",
disse Mari Alkatiri, falando à margem do X Congresso da Frente de Libertação de
Moçambique (Frelimo), que se realiza em Pemba, no norte de Moçambique.
O processo de
exploração de gás no mar de Timor foi um dos principais desafios que se
colocaram ao jovem país, após a sua independência, em 2002, e as diferentes
conceções sobre o dossier agravariam as divergências entre a Frente
Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e outros históricos da
resistência timorense, sobretudo com Xanana Gusmão.
Moçambique
encontra-se numa situação idêntica, com a recente descoberta de gigantescas
reservas de carvão, gás e de outros hidrocarbonetos e minerais e na agenda
política está a discussão de como fazer para que essas riquezas contribuam para
o desenvolvimento do país.
Este é o quarto
congresso da Frelimo a que Alkatiri assiste, em resultado dos 24 anos que viveu
em Moçambique, em situação de exílio durante a invasão indonésia de
Timor-Leste.
"Na verdade,
nunca me senti no exílio, porque Moçambique era um oásis no deserto de
solid
ariedade para com o povo maubere", ressalvou, hoje, o
secretário-geral da Fretilin.
LAS.
"Velha
guarda" quebra unanimismo
24 de Setembro de
2012, 16:12
Luís Andrade de Sá
(Texto) e António Silva (Fotos), enviados da Agência Lusa
Pemba, Moçambique,
24 set (Lusa) - Dois históricos dirigentes da Frelimo quebraram hoje o tom de
unanimidade que estava a marcar o X Congresso, exigindo maior diálogo e
apelando à consciência social do partido que governa Moçambique desde 1975.
Primeiro, foi Jorge
Rebelo, conotado com a chamada "ala pura" ou ortodoxa da Frente de
Libertação de Moçambique (Frelimo), a exigir mais diálogo interno e também
resultados à direção liderada por Armando Emílio Guebuza, que deverá ser
reconduzido no cargo de presidente do partido.
Rebelo, intervindo
numa sessão vedada à imprensa, manifestou-se igualmente apreensivo com "os
perigos que rodeiam a unidade nacional", dando como exemplo apelos de
dirigentes, que não citou, sobre a necessidade da prevalência dos chamados
"originários".
O histórico
dirigente da Frelimo, de ascendência goesa, brincou com o seu tom de pele mas
foi recordando que no tempo de Samora Machel, primeiro Presidente de
Moçambique, não se fabricavam minorias no país.
Outro dirigente
histórico, Marcelino dos Santos, fundador da Frelimo, subiu à tribuna para
contestar os que querem fazer de Moçambique "apenas" um destino
turístico.
""Estou
convencido que o desenvolvimento industrial é uma manga muito importante também
para o desenvolvimento intelectual. É preciso que nós estejamos claros de que
só avançando para o desenvolvimento industrial é que nós vamos também poder
avançar pelos caminhos do desenvolvimento destas novas tecnologias",
disse.
Marcelino dos
Santos adiantou que Moçambique não pode ficar fora deste processo, e que
"não pode de forma alguma deixar que digam que Moçambique" é um bom
destino turístico.
"Onde é que
está uma fábrica para produzir toalhas? Nós já tivemos, mas não foi
agora", considerou Marcelino dos Santos, que há 50 anos participou no I
Congresso da Frelimo, realizado em Dar-es-Salaam, na Tanzânia.
"É preciso que
estejamos prevenidos contra essas vozes que querem fazer de nós apenas um
destino turístico", acrescentou.
Marcelino dos
Santos terminou a sua intervenção com um apelo a que o Estado continue a
ocupar-se de assegurar a habitação, numa altura em que no país se avança para o
processo de privatização do parque imobiliário nacionalizado em 1975.
"Estou
convencido de que só o Estado pode assegurar a construção de habitação para o
povo", disse.
Estas intervenções
fugiram ao tom geral de satisfação "com as vitórias alcançadas" pela
Frelimo, usado por vários delegados na sessão da manhã, vedada aos jornalistas.
Como exemplo, a
intervenção de Januário Dienga, que elogiou o serviço de saúde moçambicano,
geralmente criticado.
"Com um ou
dois meticais (1 euro vale 35 meticais) é-se atendido por um médico e com 5
meticais tem-se medicamentos", disse o delegado, comparando com outros
lados: "Há países do primeiro mundo em que as pessoas ficam 5 anos à
espera de hospital porque não o conseguem pagar".
LAS.
EUA doam mais de um
1 ME para o combate à SIDA
24 de Setembro de
2012, 16:45
Maputo, 24 set
(Lusa) - O Governo norte-americano anunciou hoje em Maputo a disponibilização
de cerca de 1,1 milhões de euros para o apoio a Organizações Não Governamentais
(ONG) que se dedicam à luta contra o HIV/SIDA em Moçambique.
Um comunicado da
embaixada dos Estados Unidos em Maputo refere que a verba vai beneficiar 28 ONG
e faz parte do Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos da América
para o Alívio da SIDA (PEPFAR).
O fundo traduz uma
redução de cerca de 310 mil euros comparativamente ao que o PEPFAR canalizou em
2011 para organizações que lutam contra a SIDA em Moçambique.
Moçambique é um dos
países com elevado índice de infeção por HIV/SIDA na África Subsaariana,
registando 440 novas infeções diárias, segundo estatísticas oficiais.
PMA.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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