terça-feira, 11 de setembro de 2012

Portugal: Futuro líder da UGT defende denuncia do acordo de concertação

 

RRA - Lusa
 
Lisboa, 11 set (Lusa) - O futuro secretário-geral da UGT, Carlos Silva, considera que a central sindical deve denunciar o acordo de concertação social de janeiro tendo em conta as medidas de austeridade que estão a ser impostas aos trabalhadores.
 
"A UGT deve dizer ao Governo que os acordos de concertação social acabaram e o acordo tripartido assinado em janeiro deve ser renunciado", disse Carlos Silva em entrevista à agência Lusa.
 
O candidato a líder da UGT garantiu que iria defender esta posição na reunião de hoje do Secretariado Nacional da UGT, em que vai ser aprovada a proposta de política de rendimentos para 2013.
 
"A UGT tem autoridade moral para dizer ao Governo que não está disponível para aceitar a imposição de mais sacrifícios aos portugueses porque assinou um acordo, porque tinha consciência que esse acordo era importante para que os credores do país sentissem que havia estabilidade social no país, apesar de saber que implicava perdas para os trabalhadores", disse o sindicalista.
 
Carlos Silva considerou que as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo "são gravosas para os trabalhadores e pensionistas" e "não vão criar mais emprego".
 
"É inadmissível que se vá ao encontro da vontade da Alemanha e da ‘troika’, reduzindo a Taxa Social Única [TSU] para as empresa e aumentando-a para os trabalhadores", disse.
 
"Isto não cabe na cabeça de ninguém, não é aceitável que sejam sempre os trabalhadores a pagar a crise, só falta fazer um peditório nacional aos trabalhadores e dá-lo às empresas", acrescentou.
 
O primeiro-ministro anunciou na sexta-feira que os pensionistas continuarão sem subsídios de Natal e de férias e que os funcionários públicos continuarão com um dos subsídios suspenso enquanto o outro será reposto de forma diluída nos 12 salários, apenas para ser retirado de novo através do aumento da contribuição para a Segurança Social de 11 para 18 por cento.
 
Os trabalhadores do setor privado perderão, na prática, um subsídio através do aumento da contribuição para a Segurança Social, que nas contas do Governo corresponde ao equivalente a um dos subsídios.
 
O futuro líder da UGT, Carlos Silva, tem 50 anos, foi dirigente do Sindicato dos Bancários do sul e Ilhas entre 1997 e 2000 e depois integrou a direção do Sindicato do Centro, tendo sido eleito para seu presidente em 2007. Preside também à UGT/Coimbra e é membro da Comissão Nacional do PS.
 
O próximo congresso da UGT vai realizar-se a 06 e 07 de abril do próximo ano e vai eleger o novo secretário-geral, concretizando a anunciada saída de João Proença da liderança, por uma questão estatutária pois já ultrapassou o número de mandatos possíveis.
 

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