Paulo Gaião –
Expresso, opinião, em Blogues
Nem é Passos, nem
Cavaco quem governa. Há 35 dias que António Borges tomou conta do país.
Em 23 de Agosto,
lançou a ideia da concessão da RTP a privados. Não se falou de outra coisa nos
quinze dias seguintes.
Em 7 de Setembro,
Passos fez de ventríloquo de Borges e anunciou o aumento da TSU para os
trabalhadores e a diminuição para as empresas. Na verdade, foi um
"mix" feito à medida do ex- homem da Goldman Sachs e ex- FMI.
Reduzia-se o salário dos trabalhadores e tornavam-se as empresas mais
competitivas através da redução do custo do trabalho, tal como Borges sempre
defendeu. Não se falou de outra coisa até a medida dar origem às maiores
manifestações de sempre desde o 1º de Maio de 1974 e da Fonte Luminosa e a
medida cair (para não cair o governo).
Em 21 de Setembro,
António José Seguro desafiou Passos Coelho a dizer se ia privatizar a Caixa
Geral de Depósitos. Passos não conseguiu dizer que não ia privatizar.
António Borges foi
pioneiro na defesa da privatização do banco do Estado há cinco anos, causando
então forte polémica. Na altura estava praticamente isolado. Hoje há cada vez
mais vozes que defendem a privatização da CGD. Não se falou de outra coisa na
última semana.
O perigo de a CGD
ser privatizada levou Seguro a ter o desempenho mais encarniçado desde que
chegou à liderança, avisando Passos, olhos nos olhos, que se trata de uma luta
de vida ou de morte.
Muitos defendem
mesmo que se referende a questão, como se fez com a regionalização e o aborto.
Que próxima medida
tem Borges na calha?
Será que vamos
chegar aos cem dias do seu governo?
PS
Os benfiquistas
acordaram
O Acordai de
Fernando Lopes Graça na manifestação de 15 de Setembro deve ter influenciado os
benfiquistas a acordarem também e chumbarem o relatório e contas do clube na
Assembleia Geral da noite de ontem. Chega de jogadas de Luís Filipe Vieira
contra o FC Porto e Sporting para disfarçar a má gestão interna e a falta de
resultados desportivos. Chega do Disney Benfica com as cabeçadas de Luisão e a
equipa inteira, técnicos e dirigentes deitados no chão a rir. Agora é preciso
que surja um candidato forte capaz de derrotar Vieira nas eleições de 27 de
Outubro.
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